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Trabalhadores da ex-Triumph em luta pelos postos de trabalho

Os trabalhadores da Têxtil Gramax Internacional (ex- Triumph International) concentraram-se esta quinta-feira no Largo Camões, em Lisboa, em luta contra os salários em atraso e o processo de insolvência que põe em causa 473 postos de trabalho.

Os trabalhadores da Gramax (ex-Triumph) perderam os seus postos de trabalho, após decretada a insolvência, e estão com os salários e subsídios em atraso desde Novembro de 2017
Os trabalhadores da Gramax (ex-Triumph) perderam os seus postos de trabalho, após decretada a insolvência, e estão com os salários e subsídios em atraso desde Novembro de 2017Créditos / Câmara Municipal de Loures

Manuela Prates, dirigente do Sindicato dos Trabalhadores Têxteis, Lanifícios, Vestuário, Calçado e Curtumes do Sul (Sintevcc/CGTP-IN), explica que os trabalhadores vêm exigir ao Governo «que assuma responsabilidades num desfecho que pode ser trágico» para eles mesmos. Em causa está o facto de a Têxtil Gramax Internacional (TGI) ter avançado com um processo de insolvência.

A dirigente sindical explica que, depois «de reduzir as retribuições, a partir de Outubro, em 50%» (os trabalhadores que auferiam valores que rondam os 1100 euros passaram a auferir 650 euros), no mês de Novembro não foram pagos cinco dias de trabalho, para além de ainda não ter sido pago o mês de Dezembro e o subsídio de Natal, com a justificação de que «não apareceu nenhum investidor financeiro».

«Tiram-nos o salário, roubam-nos o pão», «sem salário, sem Natal» ou «para as nossas 463 famílias não há Natal» foram alguns das frases escritas nos cartazes que as trabalhadoras empunharam no Chiado, nas proximidades do Ministério da Economia, descreve a Lusa.

Segundo Manuela Prates, representantes dos trabalhadores foram recebidos pelo chefe de gabinete do secretário de Estado da Economia, que assumiu interceder junto ao Ministério do Trabalho «para acelerar as fontes de subsistência necessárias, nomeadamente através do subsídio de desemprego». A dirigente explica que a empresa dispensou ontem os trabalhadores até dia 2 de Janeiro, e que até lá o sindicato verá se dá entrada o processo de insolvência em tribunal e os trabalhadores avaliarão que medidas tomar.

Começou com propostas de rescisão sem direito a indeminização

Recentemente, a TGI apresentou um plano de reestruturação para a antiga fábrica da Triumph, localizada em Sacavém, no concelho de Loures, com vista à redução de 150 postos de trabalho, alegando não ter carteira de clientes para fazer face aos custos de funcionamento, segundo informou o Sintevcc.

Inicialmente, foram apresentadas aos trabalhadores propostas de rescisão por mútuo acordo, sem direito a indemnização. Num passado muito recente, a empresa avançou novamente com a decisão de apresentar um plano de reestruturação, com vista à redução de 150 postos de trabalho, que não foi aceite. A 13 de Dezembro, os trabalhadores foram informados pela administração da decisão de avançar com um processo de insolvência.

Segundo Manuela Prates, os titulares da Triumph mantêm-se como entidade empregadora, só mudou o nome da empresa. «Nós entendemos que estes indivíduos que apareceram não são mais que testas de ferro para defender a honra do grupo Triumph Internacional, que deixou de produzir em Portugal, mas quer continuar a vender no País e não quis assumir o odioso de atirar na altura mais de 500 trabalhadores para o desemprego nem pagar-lhes indemnizações», denunciou.

Em Maio de 2015, a Triumph International decidiu deixar de investir em Portugal e a antiga fábrica de roupa interior da multinacional em Sacavém acabou por ser comprada, em Setembro do ano seguinte, pela Gramax Capital, um grupo de investimento fundado em 2011 por Alexander Schwarz e Achim Pfeffer, com sede na Suíça e na Alemanha, segundo refere o Jornal de Negócios.

«Alguém preparou o negócio para dar este resultado»

Presente na manifestação, o secretário-geral da CGTP-IN qualificou a situação como um «caso de polícia», por ocorrer uma «fraude», na medida em que num ano e meio a Triumph Internacional «trespassou a fábrica a um fundo, que, por sua vez, reduziu e inclusive deixou de produzir».

«Alguém preparou o negócio para dar este resultado» e o Governo deve solicitar explicações, acrescentou Arménio Carlos à Lusa, que fez ainda eco da necessidade da garantia de um rendimento para os trabalhadores.

O responsável defendeu que deve haver procura de um investidor para «pôr a fábrica a produzir, manter os postos de trabalho e produzir riqueza».

Presente no protesto esteve ainda o presidente da Câmara Municipal de Loures, Bernardino Soares, o deputado do PCP ao Parlamento Europeu João Pimenta Lopes, Libério Nunes, da União dos Sindicatos de Lisboa, e representantes de vários sindicatos em solidariedade com os trabalhadores.

No dia 22 de Novembro, a Câmara Municipal de Loures aprovou uma moção que contestava, junto do Governo, a intenção de a empresa vir a despedir 150 trabalhadores no âmbito de uma reestruturação interna.

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