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Super Bock: Aumento salarial à revelia da negociação com sindicatos

Foi com «grande surpresa» que os sindicatos tomaram conhecimento da comunicação remetida pela empresa sobre o aumento de 1,5%, «fora do âmbito da negociação» e com informação «grosseiramente deturpada». 

Créditos / CGTP-IN

Os sindicatos que constituem a Comissão Negociadora Sindical (CNS) enviaram, no passado dia 20 de Agosto, um pedido de agendamento de reunião, dando conta da abertura para ajustamento de posições, a que a Super Bock «não deu, até hoje, resposta», lê-se num comunicado enviado ao AbrilAbril

Como tal, refere a nota, a empresa «não pode agora [...] acusar os sindicatos de inviabilizar o acordo quando deram, precisamente, o último passo no sentido positivo». Por outro lado, realça que «não faz qualquer sentido afirmar que a empresa teve uma "evolução muito concreta e significativa das suas posições negociais" quando uma das suas propostas foi "zero"».

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Trabalhadores da Super Bock anunciam greve por melhores salários

A ausência de acordo para aumento salarial na Super Bock levou ao agendamento de uma greve com paragens parciais em todos os turnos entre 5 e 10 de Agosto, revelou o Sintab.

Trabalhadores da Super Bock em greve participam numa acção de protesto contra o ataque aos postos de trabalho, em frente à fábrica de Leça do Balio, 10 de Dezembro de 2020. A acção integra a semana nacional de luta da CGTP-IN.
CréditosJosé Pedro Rodrigues

«Os trabalhadores protestam assim contra o desrespeito da empresa pela lógica negocial e a não observância de paralelismo com a distribuição de lucros pelos accionistas», revela em nota o Sindicato dos Trabalhadores da Agricultura e das Indústrias de Alimentação, Bebidas e Tabacos de Portugal (Sintab/CGTP-IN).

O pré-aviso de greve abrange a prestação de trabalho nos dias 5, 6, 7, 8, 9 e 10 de Agosto de todos os trabalhadores de todos os estabelecimentos da empresa Super Bock Bebidas, sediada em Leça do Balio (Matosinhos).

No documento, a organização sindical apresenta como justificação a luta por aumentos salariais, para todos os trabalhadores, a partir de Janeiro de 2021, como «valorização do trabalho» e «projecção da riqueza criada».

Declara ainda que a greve é «contra a posição irredutível da administração da Super Bock em não evoluir a sua proposta no sentido de a aproximar à dos trabalhadores, respeitando a lógica negocial que se exige, e os sindicatos empregaram».

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Greve na Super Bock contra aumento zero

Os trabalhadores da fábrica da Super Bock em Matosinhos vão fazer greve contra a política de aumento salarial zero da mesma administração que distribuiu 40 milhões de euros aos accionistas.

Créditos / CGTP-IN

Os trabalhadores da Super Bock Bebidas estarão em greve nos próximos dias 8 e 9 de Junho, face à indisponibilidade da empresa para negociar aumentos salariais ou quaisquer outras alterações que melhorem os rendimentos dos trabalhadores, anuncia o Sindicato dos Trabalhadores da Agricultura e das Indústrias de Alimentação, Bebidas e Tabacos de Portugal (Sintab/CGTP-IN).

A irredutibilidade da administração é tanto mais chocante quanto, segundo o Sintab, distribuiu mais de 40 milhões de euros em dividendos pelos seus dois accionistas, no presente ano.

A acção de luta foi decidida em plenário realizado no passado dia 28 de Maio, «dando tempo suficiente à empresa para a evitar, o que até hoje não aconteceu», faz notar o Sintab.

O início da greve, informa o sindicato, será marcado por uma acção de denúncia e protesto em frente à fábrica e sede da Super Bock Bebidas, em Leça do Balio, Matosinhos, que se iniciará às 8h e se prolongará por toda a manhã.

Os trabalhadores organizarão um mega piquete de greve seguido de uma conferência de imprensa dada pelos sindicatos e pela Comissão de Trabalhadores.

Greve ao trabalho suplementar prossegue

Entretanto, também a greve às horas suplementares nos fins-de-semana e feriados prossegue no próximo dia 10 de Junho.

Em Junho de 2020, a pretexto da pandemia, a Super Bock propôs o fim do acordo de laboração contínua na área fabril, causando «uma perda substancial de rendimentos» aos trabalhadores, como na altura foi denunciado (ver caixa).

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Trabalhadores da Super Bock contestam «adaptabilidade» com greve

Os trabalhadores da fábrica da Super Bock, em Leça do Balio, decidiram fazer greve aos fins-de-semana, feriados e horas extra para contestar a imposição da adaptabilidade e banco de horas.

Trabalhadores da Super Bock em greve participam numa acção de protesto contra o ataque aos postos de trabalho, em frente à fábrica de Leça do Balio, 10 de Dezembro de 2020. A acção integra a semana nacional de luta da CGTP-IN.
CréditosJosé Pedro Rodrigues

«O plenário de trabalhadores tomou esta decisão porque estes não aceitam o recurso ilegal à adaptabilidade de horário pela empresa, que está a aplicar escalas que não estão reguladas, tentando manter a laboração contínua de uma forma mais barata», disse à agência Lusa José Eduardo Andrade, dirigente do Sindicato dos Trabalhadores da Agricultura e das Indústrias de Alimentação, Bebidas e Tabacos de Portugal (Sintab/CGTP-IN).

Segundo o sindicalista, em Junho de 2020, a pretexto da pandemia, a Super Bock propôs a antecipação do fim do acordo de laboração contínua na área fabril, o que representou «uma perda substancial de rendimentos aos trabalhadores».

Com o fim do acordo, que só deveria terminar em Abril de 2021, apenas metade dos trabalhadores estão obrigados à laboração contínua; os restantes, embora trabalhem por turnos, não são obrigados a fazer fins-de-semana e feriados.

Por isso, optaram por marcar greve para esses períodos, para ficarem devidamente salvaguardados e poderem recusar-se a trabalhar nesses dias ou a fazerem horas extraordinárias.

«É que a empresa está também a tentar impor 42 horas de trabalho semanal quando é preciso, sendo o horário de 39 horas, criando um banco de horas ilegal, e dispensando os trabalhadores quando não são tão necessários, dado que a produção tem o seu pico no Verão», disse José Andrade.

A Super Bock decidiu implementar unilateralmente, a partir do dia 1 de Abril, horários e escalas que vão penalizar os funcionários, referiu ainda o dirigente sindical. Nesse sentido, os primeiros efeitos da greve deverão sentir-se no fim-de-semana da Páscoa. 


Com agência Lusa

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Na altura, os trabalhadores abrangidos por esse acordo (cerca de metade dos trabalhadores da empresa) optaram por marcar greve para os fins-de-semana e feriados, a fim de ficarem devidamente salvaguardados e não serem obrigados a trabalhar sem receber.

A denúncia do acordo de laboração contínua não eliminou a necessidade deste recurso para a empresa, que impôs a sua retoma por menos salário, tal como os trabalhadores previam. Estes não aceitam a situação e estão a praticar as 39 horas semanais estipuladas na contratação colectiva.

Deste então, assinala o Sintab, a administração tem levado a cabo «inúmeras tentativas de divisão» entre trabalhadores, «com propostas pontuais e em determinados sectores». Não o tendo conseguido, passou a desferir «ataques à Comissão de Trabalhadores, na tentativa de a descredibilizar», sem o conseguir, como se pode ver pelo prosseguimento da luta.

O Sintab acusa a administração da Super Bock Bebidas de «inúmeras violações à lei da greve», detectadas pelos piquetes de greve às horas suplementares, que o sindicato se propõe denunciar às autoridades competentes.

Refere a substituição de trabalhadores em greve por outros com contrato de trabalho temporário, completamente fora do âmbito do motivo justificativo desses contratos, a transferência pontual de posto de trabalho dos trabalhadores escalados para o fim-de-semana, e o envio semanal de dezenas de cisternas de cerveja para enchimento na concorrência.

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Na nota hoje divulgada, o Sintab lembra que os sindicatos reivindicaram, em Novembro último, aumentos salariais de 90 euros e diversas melhorias nas cláusulas do acordo colectivo de trabalho, em que se destacam o direito a 25 dias úteis de férias e a 35 horas de trabalho semanal.

«Numa primeira fase, a empresa escusou-se na desculpa da pandemia para nem sequer se reunir com os sindicatos», algo que só veio a acontecer em Fevereiro deste ano, quando «apresentou uma proposta de aumento zero para 2021».

«Essa postura da empresa levou já a que os trabalhadores tenham estado em greve, durante o mês de Junho, e deliberado, em plenário, a necessidade de a empresa apresentar propostas de aumento salarial condizentes com a distribuição de lucros aos accionistas, que, em anos de pandemia, atingiram os valores mais altos de sempre», afirma o sindicato.

Em Julho – lê-se na nota –, a empresa apresentou uma proposta de aumento salarial ligeiramente acima da inicial, mas que o Sintab considera não ter respeitado «a lógica negocial», pelo facto de a administração «congelar a sua posição em valores que sabia estarem aquém dos mínimos aceitáveis pelos trabalhadores».

«A administração da Super Bock distribuiu, em 2020, o valor recorde de 55 milhões de euros em dividendos, pelos seus dois accionistas (Violas e Carlsberg) e 44 milhões de euros já em 2021», denuncia a estrutura sindical, lembrando que a empresa do sector das bebidas detém marcas como a Super Bock, Pedras e Somersby.

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A CNS denuncia o que apelida de «estratégia de culpabilização dos sindicatos» e contesta a «atribuição arbitrária» de um aumento salarial de 1,5%, apesar de a empresa, «de forma ardilosa e enganadora, o identificar como equivalente à sua última proposta», a qual, não obstante ter sido rejeitada pelos trabalhadores, avançava com um valor de 25 euros de aumento e 25 dias de férias. 

«Se a Super Bock está assim tão preocupada com os seus trabalhadores, deve promover a valorização salarial condizente com os resultados que, vaidosamente, publicita de forma externa e que lhe tem valido distinções no meio financeiro e comercial», lê-se no comunicado.

A estrutura afirma ainda que, para que os seus trabalhadores a identifiquem como «séria», a empresa «deve responder à proposta de reunião que a CNS lhe endereçou há duas semanas, valorizando a mensagem positiva que esta continha».

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