|Banca

Sindicatos unidos contra despedimentos no BCP

Sindicatos de todas as correntes sindicais anunciam greve dos trabalhadores bancários do BCP contra os despedimentos projectados pela administração do banco. Greve pode alargar-se ao Santander.

Os trabalhadores bancários têm-se mobilizado contra os despedimentos no sectorCréditosAntónio Cotrim / Lusa

Seis sindicatos representativos dos trabalhadores do Banco Comercial Português (BCP) decidiram avançar para a greve face à «posição intransigente assumida pelo banco de avançar com o despedimento colectivo» de 80 trabalhadores.

A data da paralisação será anunciada na próxima semana, anuncia o comunicado subscrito pelos sindicatos Mais Sindicato, SBN - Sindicato dos Trabalhadores do Sector Financeiro, Sindicato dos Bancários do Centro (afectos à UGT); Sintaf (ligado à CGTP-IN); Sindicato Nacional dos Quadros e Técnicos Bancários e Sindicato Independente da Banca (independentes).

Segundo a agência Lusa, que cita declarações recolhidas junto de fonte sindical, a data da greve não foi anunciada por estar agendada para dia 16 de Setembro uma reunião dos sindicatos com a administração do Santander Totta, outro banco que também já manifestou a intenção de fazer despedimentos colectivos.

O facto indicia que a greve poderá ser alargada ao Santander Totta, se este mantiver a intenção de despedimento colectivo.

O BCP anunciou, há duas semanas, que vai avançar para o despedimento de até 100 trabalhadores, depois de ter chegado a acordo com cerca de 800 funcionários para saídas por acordo (reformas antecipadas, pré-reformas e rescisões por mútuo acordo). Na sexta-feira, depois do comunicado sindical, o banco anunciou ir proceder ao despedimento colectivo de 62 trabalhadores.

Já o Santander Totta mantém a ameaça de despedimento sobre 230 funcionários com os quais não chegou a acordo para uma saída voluntária.

Os principais bancos portugueses estão a reduzir milhares de trabalhadores este ano (depois de o sector bancário ter cortado cerca de 15 mil postos de trabalho entre 2009 e 2020), sendo BCP e Santander Totta os que têm processos mais agressivos, incluindo com intenção de despedimentos colectivos.

Os sindicatos têm acusado os bancos de repressão laboral e de chantagem para com os trabalhadores, considerando que os estão a forçar a aceitar sair por rescisões (sem acesso a subsídio de desemprego) ou por reformas antecipadas. Isto ao mesmo tempo que os bancos têm elevados lucros, acrescentam.

O BCP e o Santander Totta tiveram lucros de 12,3 e 81,4 milhões de euros, respectivamente, no primeiro semestre de 2021.


com Lusa

Tópico

Contribui para uma boa ideia

Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz.

O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.

Contribui aqui