O segredo da Science4you, empresa de brinquedos portuguesa apadrinhada como caso de sucesso pelo neoliberalismo nacional, sempre passou pela exploração radical dos trabalhadores. Ao longo dos anos, a empresa acumulou um rol das mais variadas denúncias sobre as suas práticas, desde obrigar os trabalhadores a pagar para entrar no complexo industrial onde laboram, a discriminação salarial, até às mais generalizadas más condições de trabalho.
A empresa de brinquedos portuguesa não está a cumprir as normas de saúde e segurança, acusa sindicato. Trabalhadores sofrem de variadas doenças, algumas devido ao manuseamento de substâncias perigosas. A situação é denunciada em comunicado pelo Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal (CESP/CGTP-IN), no qual afirma que a Science4you «continua a não respeitar as normas de saúde e segurança no trabalho». A acusação do sindicato surge acompanhada por um conjunto de reivindicações dos trabalhadores que ilustam bem os problemas na empresa derivados da falta de condições de segurança nos postos de trabalho, entre os quais problemas respiratórios e lesões devido à ausência de material adequado e à acumulação de pó. Nos postos de trabalho em que exista manipulação de produtos perigosos, tais como sulfato de cobre, goma de guar, pó de ferro, ácido cítrico, os trabalhadores exigem a colocação de dispositivos de captação local de forma a evitar o «pó constante» que causa náuseas, irritações nos olhos e garganta, tosse ou dificuldade em respirar. Além disso, os trabalhadores da Science4you exigem que os postos de trabalho fixos tenham assentos ou tapetes de descanso no chão, tendo em conta o tempo de trabalho em pé, como também a colocação de redes de segurança em várias secções. Outra questão colocada são as cada vez mais frequentes tendinites, contracturas e pulsos abertos entre trabalhadores, resultado dos movimentos repetitivos na produção diária de milhares de frascos e fechados manualmente, que devem «ser reconhecidos pela empresa e seguro como acidente de trabalho». O CESP afirma ainda que os trabalhadores continuam a ser discriminados no subsídio de refeição, em que alguns recebem 4,27 euros e o cartão de refeição, enquanto a grande maioria dos funcionários do armazém só recebe 2,80 euros ao dia. O aumento dos salários em 40 euros para todos e a integração dos trabalhadores com vínculos precários são outras reivindicações. esclarecer No seguimento da notícia do AbrilAbril, um dirigente do CESP explicou que houve posteriormente desenvolvimentos na empresa, na qual foram distribuidos cartões aos trabalhadores para não terem de suportar o custo do pórtico. A situação é derivada da localização das instalações desde 2015, momento em que a empresa de brinquedos educativos e científicos passou a sua fábrica para o Mercado Abastecedor da Região de Lisboa (MARL), em Loures, onde, à saída, é cobrada uma portagem de 1,80 euros pela entidade gestora. Porém, nem todos os trabalhadores foram abrangidos pela medida, sendo que aqueles com vínculos precários associados à empresa de trabalho temporário Contact, continuam a ter de pagar diariamente para entrarem nas instalações da empresa. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.Trabalho|
Trabalhadores da Science4you sofrem de doenças profissionais por falta de condições
Alguns trabalhadores continuam a pagar para trabalhar
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No mais recente caso, a administração da Science4you decidiu recorrer à mentira para levar a sua avante, despedindo «ilegalmente uma trabalhadora», informando-a de «que o seu contrato tinha chegado ao fim», refere nota do Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal (CESP/CGTP-IN).
Acompanhando a situação destes trabalhadores de perto, foi possível ao CESP verificar que, ao contrário do que era afirmado pelo patronato, «o contrato já era efectivo». E o caso pode não ser único, afirma o sindicato, «pudemos regularizar também a situação de outros trabalhadores da Science4you nesta situação».
A trabalhadora despedida ilegalmente já foi reintegrada, gorando mais um esquema saído directamento do livro de más práticas do patrão neoliberal. O CESP assegura que «continuará sempre junto destes trabalhadores e de todos os que de nós precisarem», rechaçando as próximas investidas da Science4you.
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