Errar todos erram, mas quando, ano após ano, a administração da Science4you é responsável por sucessivos ataques grosseiros aos direitos laborais dos seus funcionários não pode ser defeito: é feitio (ou, no jargão neo-liberal empreendedor que a empresa assume, é modelo de negócio).
É neste prisma que devemos olhar para algumas das reivindicações dos trabalhadores da Science4you: «mais iluminação no armazém» e a «reposição do funcionamento dos aparelhos de captação de ar e cheiros nas casas de banho». Nada disto é defeito. Faz, sim, parte de uma estratégia concertada de agressão contra os trabalhadores.
No mesmo estilo, em reunião com o Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal (CESP/CGTP-IN), a Science4you afirmou não ter capacidade de aumentar salários, por tê-lo feito «por ocasião do aumento do Salário Mínimo Nacional (SMN)», e também devido à «conjuntura actual» da empresa.
Como todos sabem, o aumento do SMN não resulta de aumentos feitos pela empresa, pelo que é por demais evidente que a Science4you não quer abdicar dos valores salariais miseráveis que paga aos trabalhadores. Uma situação ainda mais grosseira tendo em conta que a Science4you vive uma reestruturação da direcção que envolveu um investimento de cerca de 11 milhões, recentemente.
No próximo dia 5 de Junho, das 16h às 17h, o CESP está a organizar um plenário de trabalhadores no MARL, em Loures, onde vai ser defendida a actualização do subsídio de alimentação para 4,27 euros por dia; o fim da imposição do pagamento dos subsídios de férias e natal em duodécimos; o fim da obrigatoriedade do pagamento de portagens para aceder ao MARL; um suplemento de 50€ para todos os operadores de máquinas e a rectificação dos dias de nojo, com base no parecer da Autoridade para as Condições no Trabalho.