O Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) afirma que a carência destes profissionais no CHLC tem levado ao encerramento de camas e a turnos incompletos, provocando o «caos em vários serviços». Só em Agosto, no Hospital de São José ficaram por preencher 100 turnos.
Na Maternidade Alfredo da Costa (MAC) houve a necessidade de encerrar temporariamente duas camas dos intensivos da neonatologia e quatro das intermédias. O SEP denuncia ainda que o serviço de urgência de obstetrícia e ginecologia da MAC está a funcionar com menos cinco enfermeiros por turno, uma situação que viola as recomendações mínimas estipuladas pela Ordem dos Enfermeiros. O sindicato refere também a degradação dos cuidados de saúde no Hospital D. Estefânia, onde foram temporariamente reduzidas duas camas na neonatologia.
Foi este «caos» que levou à inscrição de centenas de assinaturas no abaixo-assinado que hoje se entrega no Hospital de São José. No texto enquadrador do documento lê-se que, apesar da aplicação da lei das 35 horas semanais como período normal de trabalho semanal, a carência de enfermeiros obriga a que estes profissionais realizem mais horas por semana.
Enfermeiros de Aveiro em luta até amanhã
A par da redução e regulação do horário de trabalho (porque há enfermeiros com 35 horas de trabalho, enquanto outros trabalham 40 horas), o documento recorda o conjunto de reivindicações sobre o qual assenta o Plano Nacional de Luta que os enfermeiros travam há já vários meses em diversos hospitais, como o pagamento de todo o trabalho extraordinário e a reposição do valor integral das «Horas de Qualidade».
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No âmbito deste plano, que o AbrilAbril vem reportando, inscreve-se também a greve de três horas que os enfermeiros do Centro Hospitalar do Baixo Vouga realizam hoje e amanhã, no período entre as 9h e as 12h.
Esta manhã, os enfermeiros concentraram-se junto à entrada principal do hospital, tendo entregado de seguida no serviço de pessoal mais de uma centena de requerimentos individuais a exigir a alteração da cláusula do horário de trabalho para as 35 horas semanais, para os enfermeiros com contrato de trabalho para funções públicas. Para amanhã prevê-se a entrega de abaixo-assinados no Conselho de Administração, com a promessa de novas formas de luta caso não haja resposta às exigências estabelecidas.
Na passada sexta-feira, a greve ao turno da manhã dos enfermeiros do Centro Hospitalar de São João, no Porto, registou uma adesão de 74,5%. Também na semana passada, os enfermeiros do Hospital de Barcelos estiveram em greve durante quatro dias, tendo-se verificado uma adesão de 89% no primeiro (30 de Agosto).
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