«Primeiro foi a pandemia, agora a guerra e as sanções económicas, os trabalhadores do Hospital da Luz têm pago sempre a factura», lamenta, em comunicado enviado ao AbrilAbril, o Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal (CESP/CGTP-IN).
O CESP realizou esta sexta-feira uma acção de denúncia à porta do Hospital da Luz, em Lisboa, acusando o grupo Luz Saúde de proibir o contacto com trabalhadores e de não respeitar os seus direitos. A acção de protesto realizou-se hoje à hora de almoço, junto ao Hospital da Luz, reunindo trabalhadores e dirigente sindicais, que, além de vários gritos de protesto, distribuíram panfletos aos utentes a denunciar a má conduta da Luz Saúde. Recorde-se que, a 6 de Fevereiro, a administração da Luz Saúde deu ordens à equipa de segurança para que a entrada dos dirigentes do Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal (CESP/CGTP-IN), que tinham previamente anunciado que iam contactar com os funcionários, fosse barrada. Perante a recusa, o sindicato afirma que chamou as autoridades com vista a repor a legalidade. Todavia, os agentes da PSP informaram que «apenas poderiam fazer ocorrência do sucedido», tendo em resposta os dirigentes prometido voltar à empresa para denunciar aquilo que «a Luz Saúde não quer que se saiba». Em nota de impensa, o CESP afirma que, além de violar a lei da liberdade sindical, ao proibir o contacto com os trabalhadores e a recusar-se ceder um espaço para a eleição do delegado sindical, a Luz Saúde insiste em não cumprir a convenção colectiva de trabalho do sector. Segundo o CESP, a opção da empresa prejudica «gravemente a nível retributivo» os trabalhadores, que não recebem o pagamento de subsídio mensal de turno, o direito a dois dias de descanso semanal, o acréscimo de 100% sobre o trabalho em feriado ou folga e o complemento de subsídio por acidente de trabalho previsto. O sindicato denuncia ainda que a Luz Saúde realiza descontos ilegais no salário dos trabalhadores relativos a faltas justificadas, «obriga os seus trabalhadores a não fazer qualquer pausa no serviço compreendido entre as 13 e as 21 horas» e pressiona quem precise de estar em trabalhos melhorados por motivos de doença para pedir rescisão de contrato. «O Grupo Luz Saúde, associado da Associação Portuguesa da Hospitalização Privada (APHP), tem milhões de euros de lucros todos os anos e, vergonhosamente, paga aos seus trabalhadores o salário mínimo nacional», acrescenta o CESP. A acção de denúncia realizada hoje à tarde enquadra-se na quinzena de luta dos trabalhadores das empresas de serviços, de 15 a 28 de Março. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.Trabalho|
Sindicato denuncia repressão no Hospital da Luz
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O resultado é que, depois de anos de esforço redobrado para garantir o funcionamente da rede de cuidados de saúde do Hospital da Luz, os trabalhadores «estão a viver cada vez pior e com mais dificuldades. Os salários actuais não respondem ao aumento brutal dos preços e do custo de vida», e a administração parece pouco interessada em retibuir a dedicação daqueles que garantiram o funcionamento durante a pandemia de Covid-19.
«A direcção do Hospital da Luz recusa discutir a aplicação imediata do Contrato Colectivo de Trabalho (CCT) subscrito pelo CESP, o que está a penalizar fortemente os salários dos trabalhadores», isto tudo apesar das várias sentenças nos tribunais «reconhecerem que o mesmo está em vigor e que aos trabalhadores devem ser pagas as diuturnidades e restantes matérias pecuniárias, bem como a todos os direitos aí consagrados».
Aqueles que encerraram o caminho às ambições dos trabalhadores: «a aplicação imediata do CCT do CESP; o aumento dos salários em 90 euros a todos os trabalhadores e a dignificação das carreiras e categorias profissionais», abriram, ao mesmo tempo, as portas da luta dos trabalhadores. A decisão de partir para a greve foi tomada em plenário de trabalhadores, no início do mês.
Os trabalhadores do Hospital da Luz do distrito de Lisboa vão estar concentrados a partir das 9h, dia 26 de Abril, à porta do hospital em Lisboa. A concentração contará com a presença da Isabel Camarinha, Secretária-Geral da CGTP-IN.
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