A Organização Internacional do Trabalho (OIT) reviu as suas previsões de emprego a nível mundial para 2025, projectando a criação de 53 milhões de postos de trabalho em vez dos 60 milhões anteriormente estimados, o que corresponde a uma redução de 1,7 por cento para 1,5 por cento, equivalente a cerca de menos sete milhões de postos de trabalho.
No seu relatório, a OIT alerta para as "tendências preocupantes na distribuição do rendimento", considerando que a proporção do PIB que vai para os trabalhadores caiu a nível mundial de 53,0 por cento em 2014 para 52,4 por cento em 2024, com as regiões de África e das Américas a registarem as maiores quedas. Por outro lado, chama também a atenção para a erosão da parcela do rendimento a nível mundial que vai para os trabalhadores, o que, segundo a OIT, "coloca pressão ascendente sobre a desigualdade e evidencia uma desassociação entre o crescimento económico e a remuneração dos trabalhadores".
O referido relatório revela ainda que, entre 2013 e 2023, a proporção de mulheres em empregos altamente qualificados aumentou de 21,2 por cento para 23,2 por cento, enquanto a proporção de homens em empregos altamente qualificados era de cerca de 18 por cento em 2023, embora persista a segregação profissional, com as mulheres sub-representadas em sectores como a construção e sobre-representadas em empregos de escritório e dos cuidados.
Entretanto, a proporção de trabalhadores sub-qualificados diminuiu na última década de 37,9% para 33,4, mas a proporção de trabalhadoras sobre-qualificados aumentou de 15,5% para 18,9.
O relatório analisa igualmente os efeitos das novas tecnologias no mundo do trabalho, concluindo que cerca de um em cada quatro trabalhadores poderá ver os seus empregos transformados pela inteligência artificial (IA). Uma situação que mostra "uma proporção significativa de empregos em profissões com qualificações médias tem algum tipo de exposição", enquanto "uma proporção maior de empregos em profissões altamente qualificadas está altamente exposta, uma vez que as tarefas existentes podem ser potencialmente automatizadas pela IA".
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