«Foram concluídas esta semana as negociações para uma actualização intercalar da tabela salarial da OGMA durante o corrente ano», anunciou o Sindicato dos Trabalhadores Civis das Forças Armadas e Empresas de Defesa (STEFFAs/CGTP-IN), em comunicado. O acordo agora alcançado, com aumentos salariais para todos os trabalhadores (dependendo da sua posição na carreira) vai somar-se aos valores alcançados em Janeiro: uma primeira actualização de 3,5 %.
O Estado detém cerca de um terço da OGMA, que foi uma empresa pública até Paulo Portas, ministro da Defesa Nacional de um dos governos PSD/CDS, ter «entregado» dois terços do capital à EMBRAER. O Sindicato dos Trabalhadores Civis das Forças Armadas, Estabelecimentos Fabris e Empresas de Defesa (STEFFAs/CGTP-IN) alerta, em comunicado, para o facto de a administração da OGMA – Indústria Aeronáutica de Portugal SA, ter começado «a solicitar a vários trabalhadores a utilização de férias e descansos compensatórios», num quadro em que muitos trabalhadores já utilizaram «dias de férias e descansos compensatórios que possuíam para fazer face a necessidades de acompanhamento familiar durante este contexto, pelo que a continuação desta prática não é sequer solução viável». Na perspectiva de, «a muito curto prazo», a OGMA «reunir as condições necessárias para poder recorrer ao mecanismo de lay-off simplificado», solicitou a intervenção do ministro da Defesa Nacional, para que o Estado garanta «a colocação, em articulação com a administração da empresa, de todos os trabalhadores não imprescindíveis em situação de licença remunerada a 100%, assegurando a manutenção de todos os postos de trabalho». Recorde-se que o Estado detém cerca de um terço da OGMA, que foi uma empresa pública até Paulo Portas, ministro da Defesa Nacional de um dos governos PSD/CDS, ter «entregado» dois terços do capital à EMBRAER, um grupo aeronáutico brasileiro. A EMBRAER tem acordo com o Governo português para o fornecimento de aviões KC-390 à Força Aérea Portuguesa, em substituição dos actuais aviões C-130, um negócio superior a 800 milhões euros e que consta da Lei de Programação Militar aprovada na Assembleia da República. Entretanto, a EMBRAER, que viu as suas receitas aumentarem em 2019, relativamente ao ano anterior, mantém adiantadas negociações para vender cerca de 80% da empresa à norte-americana Boeing, desconhecendo-se o impacto que este eventual negócio possa vir a ter na OGMA. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.Trabalho|
OGMA: trabalhadores sob pressão
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Já neste mês de Julho, os trabalhadores da OGMA, empresa da indústria aeronáutica portuguesa, vão receber aumentos entre os 25 euros (no topo da carreira) e os 50/61 euros (para os escalões mais baixos), incluíndo os efeitos retroactivos referentes ao mês de Junho.
«Não podemos deixar de valorizar, e muito, a evolução conseguida neste aspecto», refere o STEFFAs. Em 2023, com o somatório das duas actualizações, o salário mínimo praticado na empresa aumenta 10,4%, para os 950 euros, «o que seguramente proporciona algum alívio económico aos 135 funcionários que o auferem».
Ainda por resolver fica, no entanto, a revisão do modelo de avaliação de desempenho, muito contestado pelos trabalhadores. Sem uma resposta positiva da empresa, o sindicato compromete-se a dar um destaque reivindicativo a esta questão nos próximos meses.
«A evolução nestas negociações, nas quais a OGMA, no início, descartava completamente a possibilidade de uma nova actualização salarial em 2023, demonstra novamente aquilo que é inegável há já algum tempo: nos curtos anos desde que o STEFFAs é parte outorgante do Acordo de Empresa, os direitos nele previstos, incluindo os salários, têm melhorado significativamente».
Ressalvando que ainda há um «longo caminho a percorrer», o STEFFAs afirma a sua inteira convição e disponibilidade em manter uma acção alicerçada «na luta, num colectivo sindical sério e responsável e na mobilização e discussão aberta com os trabalhadores do que está em cima da mesa», tal como o fez nos últimos plenários, «nos quais foi aprovada a contraproposta que foi aceite pela empresa na última reunião negocial».
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