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Nokia Portugal avança com despedimento colectivo de 142 trabalhadores

Garantir o aumento dos lucros à custa da destruição da vida e dos direitos dos trabalhadores é «inqualificável, injustificado e imoral», afirma o STT/CGTP. Sindicato não vai parar até que despedimento colectivo seja revertido.

A Nokia, com instalações na Amadora, está a preparar um despedimento colectivo de 142 trabalhadores em Portugal 
Créditos / Agência Lusa

Desta vez, são 143 trabalhadores da Nokia Portugal a enfrentar a ameaça, já anunciada e comunicada no dia 22 de Fevereiro, de um despedimento colectivo. Em comunicado enviado ao AbrilAbril, o Sindicato dos Trabalhadores de Telecomunicações e Comunicação Audiovisual (STT/CGTP-IN) questiona «a legalidade deste processo e põe em dúvida a fundamentação usada» pela empresa, que não coincide com «os discursos dos responsáveis da empresa a nível mundial».

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Direcção da TSF demite-se em bloco contra o despedimento colectivo em marcha

A situação da Global Media é de grande tensão e o braço de ferro entre trabalhadores e patronato continua. A direcção da TSF demitiu-se em bloco menos de três meses depois de assumir funções. A causa da demissão é a onda de despedimentos em curso no grupo.

Créditos / AbrilAbril

Em Setembro, pela primeira vez, os trabalhadores da TSF desligaram os microfones por um dia e, em greve, exigiram respeito, melhores salários e trabalho digno. A verdade é que, tanto a acção desenvolvida como o sentimento geral dos trabalhadores, evidenciavam o clima que se vivia na Global Media. 

A direcção demissionária tinha assumido as funções há três meses, e as condições que levaram os seus membros a assumir a missão prendia-se pela perspectiva de projecto que, de acordo com os mesmos, apontava para a existência de investimento, expansão e algumas contratações.

Acontece que a realidade veio desmontar tudo o que fora prometido já que em Novembro e depois de um processo de aquisição do grupo Global Media por um grupo de investimento com sede nas Bahamas, foi comunicada a intenção de um novo despedimento colectivo de 200 a 150 trabalhadores.

A demissão em bloco acontece, assim como já tinha sido noticiado, depois da administração da Global Media ter aberto um «programa» de rescisões por mútuo acordo, para trabalhadores até 61 anos, com contrato sem termo, sendo que as compensações serão divididas por 18 meses. O período para apresentação de pedidos de adesão a este programa termina a 20 de Dezembro de 2023.
 

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Acresce que «critérios de selecção na base do vencimento mais elevado, numa empresa com contas saudáveis, pode ser considerado um critério discriminatório e, no mínimo, a ultrapassar a fronteira da inconstitucionalidade», alerta o sindicato.

Uma vez mais fica demonstrado que o patronato, seja na multinacional Nokia ou noutra empresa, «põe e porá sempre os seus interesses imediatos e os dividendos dos accionistas acima dos postos de trabalho e do respeito pelos trabalhadores». Esta «política de choque e terror» precisa de ter uma resposta firme dos trabalhadores, independentemente de serem visados por este processo de despedimento, afirma o STT.

O sindicato vai pedir «a solidariedade da CGTP e dos Sindicatos do Movimento Sindical Unitário, audiências ao Ministério do Trabalho e aos Grupos Parlamentares e vai denunciar este “atentado” de forma publica através das formas de luta que os trabalhadores entenderem como as mais adequadas». Só unidos os trabalhadores sairão vitoriosos nesta luta.

Em 2021, o Governo PS assinou um acordo com a Nokia para a criação de 300 postos de trabalho, considerando a multinacional «uma empresa de referência para o Plano de Acção para a Transição Digital».

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