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Mineiros da Panasqueira anunciam greve por melhores salários

Os mineiros da Panasqueira, no concelho da Covilhã, anunciaram uma greve às primeiras três horas de cada turno entre os dias 14 e 28 de Março, por aumentos salariais e melhores condições de trabalho. 

Créditos / CGTP-IN

Segundo o Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Mineira (STIM/CGTP-IN), as propostas da Beralt Tin and Wolfram Portugal, empresa que detém a exploração das minas, propriedade do grupo canadiano Almonty, «continuam a não responder às exigências dos trabalhadores».

Depois de uma primeira ronda negocial, em cima da mesa está a exigência de um aumento salarial de 13%, o que corresponde a um mínimo de 110 euros, face aos 6% propostos pela empresa.

Além do vencimento, os mineiros reclamam medidas como a actualização do subsídio de turno, do subsídio de alimentação e a redução do horário de trabalho para 35 horas semanais. Mário Matos, representante sindical, sublinhou, em declarações à agência Lusa, que em causa estão também «questões de segurança no fundo da mina, como os abrigos», e a criação de condições para quem está dentro da mina poder «fazer uma refeição com dignidade», além da exigência de um subsídio de risco para quem anda nas galerias, o que só acontece com alguns trabalhadores.

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Luta valeu a pena nas Minas da Panasqueira

«Vale sempre a pena lutar», destacou o STIM num comunicado sobre a conclusão das negociações do caderno reivindicativo para 2021, na sequência da vontade expressa pelos trabalhadores em luta.

CréditosAntónio José / Lusa

No comunicado, o Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Mineira (STIM/CGTP-IN) destaca como matérias que determinaram o acordo dos trabalhadores as actualizações salariais no valor de 30 euros para os dois níveis mais baixos da grelha salarial e de 27,50 euros para os restantes níveis, bem como o aumento do subsídio de turno, de 15 para 17,50 euros, no regime de dois turnos rotativos, e de 25 para 27,50 euros, no regime de três turnos rotativos.

Foi ainda garantido o aumento do subsídio de alimentação em 50 cêntimos e do número máximo de anuidades, de 16 para 18, no valor de 6,20 euros por cada ano.

Todas as matérias acordadas serão aplicadas com efeitos retroactivos a 1 de Janeiro de 2021.

Os trabalhadores das Minas da Panasqueira fizeram uma greve de duas horas diárias e a todo o trabalho suplementar entre os dias 26 de Abril e 8 de Maio, porque rejeitavam as propostas de aumentos salariais da administação, que consideravam insuficientes.

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«Estas reivindicações não são nada a que a empresa não possa responder positivamente, ou que ponham em causa a sustentabilidade financeira da empresa», sustentou Mário Matos.

Segundo o representante sindical, numa primeira fase os trabalhadores propuseram um aumento de 15% e o aumento dos subsídios de turno, enquanto a Beralt fez uma contraproposta inicial de 5% mais um aumento de 10 e cinco euros nos subsídios de turno, para mais tarde oferecer um aumento salarial de 6%, mas retirando da proposta a actualização do subsídio.

Mário Matos acentuou que essa proposta é menos vantajosa para os trabalhadores, que assim recebem «menos dinheiro». O representante sindical adiantou que cerca de 214 trabalhadores laboram dentro da mina e observou que a Almonty, que detém explorações mineiras também na Coreia do Sul e no Canadá, tem feito investimentos e planeia continuar a investir, além de estar previsto o «aumento da produção anual» das Minas da Panasqueira.

No âmbito de uma luta semelhante, em 2021, o sindicato denunciava que, nos sete anos anteriores, os salários dos trabalhadores haviam perdido cerca de 100 euros face à evolução do salário mínimo nacional. 


Com agência Lusa

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