«Depois de se terem iniciado negociações para a revisão do Acordo de Empresa para 2022, ainda em Fevereiro, chegámos ao mês de Julho e a administração da empresa não apresentou propostas que valorizassem os trabalhadores», denuncia, em comunicado, o Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Actividades do Ambiente do Centro Sul e Regiões Autónomas (SITE CSRA/CGTP-IN).
A greve por aumentos salariais na empresa de resíduos da Margem Sul do Tejo registou adesão total no primeiro turno. Fonte sindical indica que a empresa está «totalmente parada». A adesão no segundo turno, esta manhã, ronda os 95%, de acordo com informações do Sindicato dos Trabalhadores da Indústrias Transformadoras, Energia e Actividades do Ambiente do Sul (SITE-Sul). Os trabalhadores da Amarsul exigem aumentos salariais e repudiam a distribuição de mais de 5 milhões de euros em dividendos aos accionistas privados da empresa. Estes lucros foram acumulados num período anterior à privatização da empresa, numa altura em que ainda estava na esfera pública. O desrespeito da administração da Amarsul pelo Acordo de Empresa e as condições de segurança e saúde no trabalho são outras das razões que levam os trabalhadores a cumprir 24 horas de greve. Exigem ainda o aumento dos subsídios de refeição e de transporte, a atribuição do subsídio de turno, um seguro de saúde e de vida para todos os trabalhadores em condições iguais e respeito pela categoria profissional e pelos conteúdos funcionais dos trabalhadores. O secretário-geral da CGTP-IN, Arménio Carlos, e a deputada do PCP Paula Santos estiveram junto do piquete de greve na central de tratamento da Moita, em solidariedade com os trabalhadores em greve. Na última semana foram os trabalhadores da Valorsul, que opera na Margem Norte, a realizar uma greve de 32 horas. O protesto afectou a recolha do lixo em mais de uma dezena de concelhos e teve uma adesão de 100% nas unidades operacionais, informou Mário Matos, da comissão sindical da empresa. A Amarsul e a Valorsul são unidades pertencentes à Empresa Geral de Fomento (EGF), já privatizada. O processo de privatização da EGF desenvolveu-se através de um concurso público internacional, lançado no primeiro trimestre de 2014 pelo governo do PSD e do CDS-PP, tendo ficado concluído em Julho de 2015 com a aquisição de 95% do capital (que pertencia à Águas de Portugal) por parte do consórcio SUMA, que integra a Mota-Engil. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.Trabalho
Adesão à greve supera os 95%
Amarsul totalmente paralisada em dia de greve
Trabalhadores dos resíduos contestam apropriação dos lucros pela Mota-Engil
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Aliás, a situação só se agravou nos últimos meses: a administração da Valorsul «retirou a majoração dos dias de férias para os trabalhadores em horário geral».
A decisão de avançar com a greve foi tomada nos plenários realizados no dia 1 de Julho, expressando a vontade dos trabalhadores em demonstrar à administração todo o seu descontentamento com as propostas apresentadas, que continuam a não valorizar os trabalhadores.
«Esta é a hora de todos os trabalhadores demonstrarem que não aceitam a constante desvalorização salarial e profissional que nos últimos anos tem sido imposta pela administração».
Os trabalhadores exigem «aumentos salariais justos», para fazer face ao custo de vida, a valorização das «carreiras profissionais de algumas categorias» e a atribuição de mais dias de férias, pelos anos de antiguidade, aos trabalhadores em horário geral.
A greve da Valorsul, empresa responsável pela valorização e tratamento de resíduos urbanos em 19 municípios do distrito de Lisboa e da região Oeste, tem início às 00h do dia 19 de Julho e acaba às 8h da manhã do dia 20 de Julho.
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