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Greve na Manpower acima dos 80%

Esta segunda-feira, os trabalhadores da ManpowerGroup Solutions, ao serviço da PT-MEO, estão em greve por aumentos salariais, pela integração nos quadros efectivos da PT e contra a precariedade, com uma adesão que ultrapassa os 80%.

Trabalhadores da Manpower que prestam serviço para a PT/Meo, em greve e concentrados junto ao edifício Tenente Valadim, Porto, 13 de Novembro de 2017
Créditos / SINTTAV

Nelson Leite, delegado sindical do Sindicato Nacional dos Trabalhadores das Telecomunicações e Audiovisual (SINTTAV/CGTP-IN) a laborar no Porto, informou o AbrilAbril esta manhã de que a greve está a ter uma «forte adesão», na ordem dos 85% no Porto, e, entre os 85% e os 90%, em Santo Tirso.

Segundo o sindicato, na mesma ordem de adesão, acima dos 80%, está a greve no panorama nacional, incluindo Coimbra e Castelo Branco. Nelson Leite sublinhou que, atendendo à boa adesão da parte da manhã, «existem boas perspectivas para os turnos seguintes».

O delegado sindical refere que as reivindicações mantêm-se, depois de um processo de luta que já contou com três paralisações desde Novembro de 2016, explicando que os trabalhadores em plenário decidiram «não abrir mão» da reivindicação do aumento para 600 euros para todos os que auferem um valor inferior, e um aumento de 4%, nunca inferior a 40 euros, nos restantes níveis salariais.

Segundo Nelson Leite, a integração dos trabalhadores nos quadros efectivos da PT-MEO é também «uma questão essencial». Uma nota do SINTTAV enviada às redacções afirma que a PT«deveria dar o exemplo no combate ao recurso da externalização de serviços e subcontratação de trabalhadores, promovendo desta forma a contratação directa para postos de trabalho que respondam a necessidades permanentes, como é o caso concreto da PT-MEO, onde mais de meio milhar de trabalhadores da Manpower prestam serviço, muitos destes há mais de 15 anos consecutivos».

A nota lembra ainda que «quem se sente seguro do seu posto de trabalho, terá necessariamente uma disponibilidade muito diferente para produzir mais e melhor, do que aquele trabalhador que não sabe qual será o seu futuro no mês, semana ou dia seguinte e com que meios se vai sustentar a ele e à família».

«Trabalhadores estão a fazer um serviço permanente»

Os trabalhadores acusam as empresas Manpower e PT-MEO de recusar «o diálogo necessário para o tratamento das reivindicações» e lembram que a esmagadora maioria dos funcionários recebe o salário mínimo nacional, acrescentando ainda que «o respeito continua com um défice significativo pela dignidade do trabalho e da pessoa».

A concentração dos trabalhadores do Porto junto ao edifício da Tenente Valadim, esta manhã, contou com a presença do secretário-geral da CGTP-IN, Arménio Carlos, que, em declarações à Lusa, afirmou que «o Governo tem de ver que call centers como o que temos aqui e noutros locais espalhados pelo País são inadmissíveis», acrescentando que os trabalhadores «estão a fazer um serviço permanente», mas «entregues a empresas de trabalho temporário, que servem de intermediários, que servem para explorar quem trabalha e, simultaneamente, para fazer negócio e aumentar os lucros das grandes empresas».

Para Arménio Carlos, «locais de trabalho como estes e outros espalhados pelo País, que têm serviço permanente, têm de ter como correspondência vínculos de trabalho efectivos e ligação dos trabalhadores à empresa-mãe», chamem-se elas «PT, Vodafone ou Fidelidade».


Com Agência Lusa

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