Em declarações ao AbrilAbril, Afonso Figueiredo, do Sindicato de Hotelaria do Centro (CGTP-IN), afirmou que a greve de 24 horas no serviço de alimentação do Hospital Santo André, concessionado à empresa Uniself, é «um grito de desespero» dos trabalhadores.
Segundo Afonso Figueiredo, a adesão à greve está acima dos 90% num universo de cerca de 50 trabalhadores. Um elevado valor que o dirigente considera ser o reflexo da enorme insatisfação acumulada ao longo de vários anos. Além disso, acusa a empresa de «violar e desrespeitar o direito à greve» ao ter colocado trabalhadores de outras unidades em substituição.
«Cerca de 90% destes trabalhadores auferem o salário mínimo nacional. Isto depois associado aos elevados ritmos de trabalho, que resultam da necessidade do reforço do quadro de pessoal, leva a esta situação, a este grito de desespero dados pelos trabalhadores em greve», afirmou.
O dirigente salienta que o serviço de alimentação está numa situação caótica, em que cada trabalhador, a par de estar sobrecarregado com o dobro do trabalho, acaba também por ter que desempenhar uma «multiplicação de tarefas» para além daquelas que tem sobre sua alçada.
Neste caso, os trabalhadores estão reduzidos a menos de metade do número de pessoal necessário, apenas quatro ou cinco por turno, o que obriga a ter que «distribuir refeições a mais de 60 doentes». Algo que põe em causa a qualidade do serviço prestado aos pacientes, mas também a saúde das próprias trabalhadoras, acrecentou.
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