O rácio de enfermeiros por mil habitantes na OCDE é de 9. No Algarve, existem apenas 4,8 enfermeiros por mil. O Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP/CGTP-IN) estima existir um défice de cerca de 1500 destes profissionais na região. São números «alarmantes» que exprimem a enorme carência que o SNS atravessa: poucos trabalhadores forçados a fazer o trabalho de muitos.
A campanha «a nossa vida não tem horas extraordinárias», promovida pelo SEP, pretende dar expressão ao imenso défice de profissionais no Algarve, uma situação que põe em causa a qualidade dos cuidados de saúde prestados e propicia situações de cansaço extremo e burnout entre os trabalhadores. Por ocasião da greve regional de 7 de Agosto, um destes enfermeiros denunciava o facto de, «com cinco enfermeiros para prestar cuidados a 40 doentes, na sua maioria com graus de dependência elevados», não ser possível «garantir a dignidade e a segurança».
No início do mês, na greve de 7 de Agosto, a adesão por parte dos enfermeiros rondou os 80%. Desde então, lamenta o SEP, «mais enfermeiros com contratos por tempo indeterminado pediram exoneração não tendo sido substituídos ou, tendo sido, em regime de prestação de serviços, um “cancro” que volta a assolar as instituições do Algarve».
Ao longo da próxima semana, a começar na segunda-feira, dia 25, os enfermeiros do Algarve e o SEP vão realizar acções diárias de contacto com a população e demais profissionais da saúde das instituições do SNS da região. Nesses momentos, será denunciada, «em cada serviço dos hospitais de Portimão e de Faro e em várias unidades funcionais dos Centros de Saúde», a falta crónica de enfermeiros.
A campanha arranca com acções no Hospital de Faro, Centro de Saúde de Faro e contacto com a população na praia de Faro, prosseguindo no dia 26 com contactos no Centro de Saúde de Vila Real de Santo António e Tavira, assim como com a população em Monte Gordo, seguindo-se, no dia 27, o Centro de Saúde de Albufeira, Quarteira, Loulé e um distribuição de panfletos no calçadão de Quarteira. No dia 28 de Agosto, o SEP visita os centro de saúde de Lagos, Vila do Bispo, Aljezur e contacta com a população na praia da Salema, fechando depois a rota na sexta-feira, dia 29, com acções de denúncia no Centro de Saúde de Portimão, no Hospital de Portimão e com uma distribuição de panfletos na Praia da Rocha.
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