O Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP/CGTP-IN) quer que o Governo responda às «exigências e necessidades actuais da classe», nomeadamente através da efectivação dos profissionais com vínculos precários, ou avançará para «novas formas de luta», incluindo uma «grande manifestação» em Maio.
«Se não houver por parte do Governo uma outra atitude, se não permitir a efectivação dos colegas nos serviços, já temos agendada uma concentração a 14 [de Abril] em frente ao Ministério da Saúde e no dia 12 [de Maio], Dia Internacional do Enfermeiro, uma grande manifestação em Lisboa», disse a dirigente, Guadalupe Simões.
A dirigente sindical falava aos jornalistas enquanto ocorria, no Porto, uma vigília de enfermeiros junto ao Hospital de São João, e na véspera da reunião, que se realiza esta quarta-feira, entre o SEP e o Ministério da Saúde.
O sindicato estima que, de acordo as regras de contratação em vigor, em Abril serão despedidos 97 enfermeiros, em Maio 200 e em Junho 398, razão pela qual exige respostas «rápidas e imediatas».
«Estranhamos que o Ministério da Saúde ainda não tenha tomado medidas no sentido de permitir a efectivação dos colegas nos serviços, sabendo que houve um aumento de necessidades nos cuidados de saúde, sabendo que é necessário retomar a actividade assistencial quer seja dos hospitais, quer seja dos centros de saúde, sabendo que temos pela frente a vacinação em massa. Todos estes enfermeiros continuarão a ser necessários no Serviço Nacional de Saúde (SNS)», referiu Guadalupe Simões.
Ao cenário de despedimentos descrito, o SEP soma o receio de que 2100 enfermeiros, admitidos em situação precária ao abrigo dos chamados «contratos Covid» de quatro mais quatro meses, não vejam o seu contrato renovado depois de, referiu a dirigente, «terem provado que são necessários no combate à pandemia e que continuarão a ser necessários».
A este tema, Guadalupe Simões somou outras reivindicações e denúncias como a questão do anunciado subsídio de risco que, disse, «não chegou a todos apesar da profissão de enfermagem ser de risco e penosidade», bem como o também falado prémio Covid-19.
«O Governo criou uma malha tão fina [para a atribuição deste prémio] que existem situações de enfermeiros do mesmo serviço em que uns receberam e outros não», contou a dirigente.
Para o SEP, também as progressões na carreira «continuam por resolver», situação que «atira cerca de 20 mil enfermeiros para a primeira posição remuneratória da carreira quando deveriam estar na segunda e na terceira».
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