As férias, quem as decide, é o patrão. Aos trabalhadores apenas é dada a hipótese de escolher entre um conjunto pré-determinado de momentos (o número de dias também é o patrão quem decide) durante o ano. Toda esta informação está disponibilizada num mapa entregue aos funcionários do El Corte Inglés de Lisboa.
Com pouca, ou nenhuma, flexibilidade, os trabalhadores estão impedidos de tirar férias nas alturas de maior interesse para a empresa, como é o caso das últimas semanas do mês de Junho e as primeiras de Julho. O número de dias que os trabalhadores podem tirar também é determinado pela empresa, que impinge períodos arbitrários de sete dias de férias, ou três dias de férias.
Ao AbrilAbril, Susana Canato, trabalhadora do El Corte Inglés de Lisboa e dirigente do Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal (CESP/CGTP-IN), denunciou o descontentamento dos trabalhadores da loja de Lisboa com o Mapa de Férias que lhes é imposto.
Foi este mal-estar que levou mais de 200 trabalhadores a assinar e entregar aos recursos humanos um abaixo-assinado exigindo o direito a decidir quando, e por quanto tempo, tiram as férias a que têm direito. Foi «graças à luta dos trabalhadores e do seu sindicato», o CESP, que na loja de Vila Nova de Gaia esta situação foi revertida, tendo sido rapidamente posta de lado.
Em comunicado, o CESP denuncia ainda a forma «como os horários são alterados de forma ilegal», seja em Gaia ou em Lisboa. Os trabalhadores são ordenados a fazer vários turnos entre as folgas, enquanto os dias de folga são alterados sem o consentimento do trabalhador. É importante que a empresa altere estes «procedimentos e respeite as necessidades e preferências dos trabalhadores», refere o sindicato.
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