Com um resultado líquido de 183,2 milhões de euros no ano passado, o que significa um aumento de 47,4% face aos lucros de 124,2 milhões registados em 2020, o desempenho da operadora de infra-estruturas de transporte em Portugal que gere, por concessão, as auto-estradas do País, começa a aproximar-se dos valores pré-pandemia (204,5 milhões em 2019).
Apesar da trajectória, mantém-se a «indisponibilidade» e a «velha intransigência» face às propostas dos trabalhadores, critica o Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal (CESP/CGTP-IN), através de comunicado.
No processo de revisão do Acordo de Empresa para 2022, a empresa liderada por Pires de Lima insiste numa actualização salarial de 0,5% e rejeita medidas como novas diuturnidades e a eliminação do limite de 25% sobre o ordenado-base, que, diz o CESP, «penaliza fortemente as remunerações mais baixas», como as dos trabalhadores da obra civil, «os mais afectados pelas políticas de baixos salários».
No ano em que a empresa comemora os seus 50 anos, o sindicato admite que «uma parte significativa dos seus trabalhadores não terá certamente motivos para comemorações». Apesar do aumento das mais-valias, a Brisa opõe-se ainda a medidas como o dia de tolerância de ponto e a atribuição de 25 dias de férias.
O CESP, que exige um aumento mínimo de 90 euros para todos os trabalhadores e de 5% nas cláusulas de expressão pecuniária, afirma que os trabalhadores da Brisa exigem ver reflectidos nos seus vencimentos «o esforço da contribuição prestada no desenvolvimento da empresa e para as brutais mais-valias realizadas pelos principais accionistas».