Num comunicado enviado à imprensa, a Federação dos Sindicatos dos Trabalhadores Têxteis, Lanifícios, Vestuário, Calçado e Peles de Portugal (Fesete) informa que, juntamente com os seus sindicatos afiliados, irá realizar uma concentração com dirigentes sindicais, no dia 21 de Dezembro, em frente à loja de Luís Onofre, presidente da Associação Portuguesa dos Industriais de Calçado, Componentes, Artigos de Pele e seus Sucedâneos (APICCAPS) e da Confederação Europeia de Calçado (CEC) e dono de uma marca de calçado de luxo.
Em causa está a necessidade de denunciar publicamente o congelamento dos salários da empresa em 2022 e a retribuição salarial de uma parte significativa dos trabalhadores apenas no Salário Mínimo Nacional, e um subsídio de refeição diário, no valor de 2,5 euros. Apesar de simbólica, a concentração acaba por ter o objectivo de demonstrar a contradição existente, uma vez que uma empresa com salários congelados vende sapatos de luxo por valores perto do SMN.
Ainda este ano, Luís Onofre, numa entrevista ao Dinheiro Vivo, na qualidade de presidente da APICCAPS dizia que se mostrava preocupado com a falta de mão-de-obra e com a escalada de preços, acabando por admitir que já tinha aumentado o preço do seu calçado em 15% a 20%, mas que admitia aumentos salariais para 2023 como forma de atrair trabalhadores jovens para o sector do calçado.
A Fesete exige então para 2023 uma actualização salarial de 100 euros, o aumento do subsídio de refeição para 4,5 euros e o respeito pelos actuais direitos laborais do Contrato Colectivo de Trabalho. À Lusa, a APICCAPS disse apenas que respeitava a concentração da Federação sindical, mas que não negoceia em público contratos coletivos.
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