Numa das freguesias mais populosas da cidade de Lisboa (33 302 habitantes, segundo os censos de 2021), «onde a limpeza e higiene urbana assumem uma importância e uma sensibilidade maior», a luta dos trabalhadores cantoneiros «é indissociável de um serviço público de qualidade que pode e deve ser prestado, neste caso em particular, à população desta Freguesia», afirma o Sindicato dos Trabalhadores do Município de Lisboa (STML/CGTP-IN).
Ao longo do dia 26 de Abril, os trabalhadores da limpeza e higiene urbana da autarquia de Lisboa vão concentrar-se na Praça do Município (às 10h e às 23h) para denunciar a inactividade do executivo de Carlos Moedas. Os novos tempos de Carlos Moedas, presidente da Câmara Municipal de Lisboa (CML), de executivo PSD/CDS-PP, só contribuíram, como nos tempos velhos, «para a degradação das condições de trabalho» e «da qualidade do serviço público que pode e deve ser prestado à população da cidade de Lisboa». O Sindicato dos Trabalhadores do Município de Lisboa afirmou este sábado que as Freguesias não receberam meios suficientes na transferência de competências, tendo a higiene urbana piorado desde então. «Há mais de quatro anos, fruto da reforma da reorganização administrativa da cidade, foram transferidas uma série de competências para as Juntas de Freguesia, entre elas uma parte da varredura e lavagem das ruas, com cerca de 600 trabalhadores da limpeza urbana que saíram da Câmara. Desde aí para cá, a remoção dos resíduos na Câmara Municipal de Lisboa nunca mais conseguiu recompor-se dessa saída», salientou hoje o presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Município de Lisboa (STML) à Lusa. De acordo com Vítor Reis, não há trabalhadores suficientes para fazer face à higiene urbana na cidade, uma vez que o município tem perdido trabalhadores e os concursos para a admissão de novos profissionais «são processos muito morosos e burocráticos». «Uns saem, outros morrem, outros reformam-se», destacou, acrescentando que a Câmara de Lisboa «tinha que ter uma política de ingresso de pessoal» que garantisse a entrada de «um número suficiente de pessoas para manter sempre um número de operacionais necessários». O dirigente explicou também que antigamente era possível os mesmos trabalhadores fazerem trabalho de recolha e trabalho de limpeza urbana, enquanto atualmente, com a passagem da varredura e da limpeza das ruas para as Juntas, tal já não é possível. Assim, Vítor Reis considerou que «a qualidade da higiene urbana na cidade piorou» e acrescentou que «há uma certa indefinição, não no papel, mas na práctica, de quem faz o quê». «Há aqui um empurrar de responsabilidades das Câmara para as Juntas e vice-versa que se reflete na qualidade do serviço e afecta todos», reiterou. Relativamente às condições laborais dos trabalhadores, Vítor Reis disse que o sindicato está a lutar para que «o Governo considere estas e outras profissões operacionais como de desgaste rápido, que não podem ter o mesmo tempo de duração, quer de horário diário, quer de anos de serviço, que outras profissões». O município lisboeta conta actualmente com cerca de 500 cantoneiros de limpeza e cerca de 500 condutores de máquinas e veículos especiais, finalizou o presidente do STML. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. São «realidades inseparáveis», considera o Sindicato dos Trabalhadores do Município de Lisboa (STML/CGTP-IN): não existe serviço público de qualidade sem o garantir das melhores condições de trabalho para aqueles que, de dia e de noite, asseguram a limpeza da cidade de Lisboa. Por isso mesmo, os trabalhadores da higiene urbana decidiram sair à rua, manifestando o seu descontentamento com as práticas que o executivo de Carlos Moedas mantém no sector. Nomeadamente, cumprir o princípio de que «um trabalhador acidentado só deve regressar ao serviço depois de totalmente apto» e que não deve ser vítima de «castigos informais», como os que são promovidos pela CML, denuncia o sindicato. As acções de luta de dia 26 de Abril, que se realizam às 10h e às 23h (para os turnos da manhã e da noite), em frente à Praça do Município, querem ainda a «abertura de espaços de toma de refeições em todas as instalações da higiene urbana» e uma melhoria significativa na manutenção e conservação do edificado. Os trabalhadores exigem que seja dada uma redobrada atenção «aos circuitos de remoção do lixo, de forma a pôr termo aos actuais desiquilíbrios», uma melhor conciliação da vida profissional e a vida pessoal e familiar, escalas mais «equitativas, justas e transparentes» e o direito a tirar as «folgas e as férias acumuladas», enumera o STML. O STML tem procurado, sem sucesso, sensibilizar o executivo da CML para a importânica de adoptar as medidas que constam do Caderno Reivindicativo, entregue em Maio de 2022. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.Trabalho|
Trabalhadores da higiene urbana de Lisboa exigem fim aos «castigos informais»
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Higiene urbana em Lisboa piorou com passagem de competências
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Por isso mesmo, o sindicato e as dezenas de trabalhadores que exercem, diariamente, as funções de limpeza e higiene urbana nas ruas da freguesia lisboeta vão realizar amanhã, dia 24 de Maio, às 13h, no Largo do Intendente, uma concentração para reivindicar os seus direitos.
Durante a acção de luta, os trabalhadores vão entregar uma resolução à actual Presidente do Executivo da Junta, Madalena Natividade (do CDS-PP, eleita em coligação com o PSD) onde estão plasmados os problemas que os trabalhadores pretendem ver solucionados.
É de destacar uma das práticas mais abusivas deste executivo: os trabalhadores cantoneiros de arroios estão a ser impedidos de desfrutar das «folgas acumuladas por dias de trabalho considerados de descanso obrigatório (domingo) ou do trabalho realizado em dias feriados», por decisão de Madalena Natividade e do seu executivo.
É uma prática que, «a todos os níveis, não se compreende e muito menos se aceita», considera o STML: «os trabalhadores acumularam estas folgas, na maioria dos casos, por razões alheias à sua vontade, concretamente sob a justificação das necessidades de serviço». Os trabalhadores têm direito ao descanso, não cabendo à Junta de Freguesia de Arroios decidir se, e quando, os cantoneiros o podem exercer.
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