|protesto

Calvelex: uma empresa familiar que paga subsídios de refeição de 2,50

A Calvelex, empresa com mais de 500 trabalhadores que preside à associação patronal ANIVEC, paga «salários próximos do mínimo» e um subsídio de alimentação de 2,50 euros, denunciou a FESETE/CGTP, numa acção de protesto.

Créditos / portugaltextil

Fundada em 1985, a Calvelex tem hoje duas unidades fabris em Portugal, assim como uma divisão de cortes especializados e dois centros logísticos, empregando mais de 500 trabalhadores. César Araújo, um dos co-fundadores e CEO, preside à direcção da Associação Nacional das Indústrias de Vestuário e Confecção (ANIVEC), ainda que a Calvelex se recuse a aplicar «os acordos estabelecidos em sede de negociação colectiva» com própria associação patronal que representa.

Com efeitos a Abril de 2024, o acordo celebrado entre a Federação dos Sindicatos dos Trabalhadores Têxteis, Lanifícios, Vestuário, Calçado e Peles de Portugal (FESETE/CGTP-IN) e a ANIVEC devia estar reflectido nos salários das trabalhadores da Calvelex. No entanto, estas profissionais, que a própria empresa descreve como «altamente especializadas», recebem pouco mais do que o Salário Mínimo Nacional.

A federação sindical realizou hoje, entre as 12h30 e as 13h30, uma acção de protesto em frentes à sede da empresa, exigindo «melhores salários, melhores condições de vida e trabalho e respeito pela contratação colectiva». Em comunicado enviado ao AbrilAbril, a FESETE salienta que, já este ano, a proposta negocial da Calvelex passava por um aumento de 0,15 cêntimos no subsídio de alimentação (que é, neste momento, de 2,50 euros).

Os sindicatos lamentam esta prática patronal «reiterada» de bloquear as negociações que beneficiariam «as trabalhadoras que ajudam na criação de riqueza e mais valias neste sector ligado à Moda». Só isso explica que, mesmo quando negoceiem, só acabem por concretizar os aumentos «quando a isso são obrigados».

O comportamento do patronato da Calvelex e, por extensão (ao tratar-se do representanto eleito dos patrões da ANIVEC), das administrações de várias outras empresas do sector português do vestuário, moda e calçado, é inaceitável, considera a FESETE. Estas práticas de «exploração» não motivam as trabalhadoras, promovendo «a falta de atractividade» destas carreiras para os mais jovens e outros profissionais qualificados.

Tópico

Contribui para uma boa ideia

Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz.

O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.

Contribui aqui