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Boa adesão à greve no Lidl reflecte descontentamento

No segundo dia, a adesão à greve ultrapassa mais de metade dos trabalhadores em muitas lojas, que exigem um aumento mínimo de 40 euros para todos e o fim da precariedade.

Mais de 100 trabalhadores estiveram concentrados esta manhã, junto à sede, no Linhó (Sintra)
Mais de 100 trabalhadores estiveram concentrados esta manhã, junto à sede, no Linhó (Sintra)Créditos / CESP

Ricardo Santos, dirigente do Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal (CESP/CGTP-IN), em declarações ao AbrilAbril, afirmou que este segundo dia de greve está a ter «uma muito boa adesão, tanto nas lojas como na concentração» junto à sede.

Segundo o sindicalista, «uma boa parte das lojas está a ter uma adesão que chega às dez pessoas, onde normalmente estão 15 a 20 trabalhadores», apesar das ameaças e represálias por parte do Lidl para demovê-los e das medidas anti-greve que tomou.

De acordo com o CESP, há conhecimento que o Lidl «tomou, ilegalmente, a decisão de admitir trabalhadores de empresas de trabalho temporário, por 3 e 15 dias» para substituir os trabalhadores em greve.

«Fê-lo consciente que atropelava os direitos dos trabalhadores e permitiu que estivessem ao seu serviço nos diferentes entrepostos, com maior relevância para o Linhó, trabalhadores sem contrato de trabalho nem formação profissional (um deles provocou mesmo um acidente de trabalho), obrigados a levar os seus próprios equipamentos de protecção individual (nomeadamente botas de biqueira de aço)», acrescenta.

Lidl justifica salários de miséria com a lei

Em resposta à paralisação, o Lidl alega que «sempre cumpriu a lei e que, se os salários são baixos, essa é a realidade no País. Uma realidade que os trabalhadores não aceitam, além do «mito que o Lidl até paga bem», já que «os gastos com o pessoal só representam 9% da despesa e os lucros de 2017 foram de 50 mil milhões de euros».

Em contraponto, os trabalhadores exigem o aumento geral dos salários, num mínimo de 40 para todos os trabalhadores, o fim da precariedade e do clima de repressão, além dos horários desregulados que, juntamente com a pressão dos horários meio-tempo, condicionam a vida dos trabalhadores com «meio salário».

Outras reivindicações passam pela fixação do valor do subsídio de refeição em 7,20 euros ao dia, o fim da imposição dos «sacos» ilegais de horas, quer positivas quer negativas e o cumprimento do direito à pausa, tanto a diária como os 15 minutos por cada hora suplementar.

Chantagem na contratação colectiva

No plano das negociações do contrato colectivo do sector, os trabalhadores exigem o​​​​​ fim da tabela B, que prevê menos 40 euros de salário em todos os distritos, excepto Lisboa, Porto e Setúbal, e a progressão automática dos operadores de armazém até ao nível de especializado.

O impasse em torno das negociações para a revisão do Contrato Colectivo de Trabalho (CCT) no sector, abrangendo mais de 100 mil trabalhadores, é também contestado. Estas duram há quase dois anos, devido à chantagem da associação patronal, da qual o Lidl faz parte.

Os patrões, representados pela Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED), são acusados de chantagem, pois para desbloquearem as negociações exigem várias contrapartidas, consideradas «inaceitáveis» pelos trabalhadores. Entre as medidas, os trabalhadores recusam a redução do valor pago pelo trabalho suplementar e em dia de feriado e que, a troco dos aumentos, seja reconhecido o banco de horas no CCT, dando força à crescente desregulação de horários.

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