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Poyekhal, celebrar Gagarin!

 Hoje é a noite em que voltamos a festejar a primeira órbita completa no Espaço de uma nave tripulada em torno da Terra. A 12 de Abril de 1961, o primeiro cosmonauta vinha de uma pequena aldeia russa de seu nome Kluchino. Uma aldeia recôndita da única República de trabalhadores que o mundo havia visto vencer, no início do século XX, a opressão imperial das potências dominantes da época.

Créditos / Associação Iúri Gagárin

Apenas 44 anos depois de se erguer dos escombros do feudalismo, e sobre constantes ataques, a União Soviética lançava uma nova era na História da humanidade com Yuri Alekseievitch Gagarin, o herói espacial que nos desafiou a preservar a beleza do planeta azul, que jamais alguém poderia ter observado de fora, antes daquele dia de 12 de Abril de 1961.

Hoje, um pouco por todo o mundo celebramos a noite de Yuri, e aqui nos juntamos com alguns ingredientes cósmicos à festa do 56.º aniversário do primeiro homem no Espaço, enquanto viajamos ao som do planeta Terra. «POYEKHALI!», como gritou Gagarin naquela longa madrugada, «Aqui vou eu!!», dizemos nós!

A primeira música a ecoar no Espaço foi através dos lábios do cosmonauta de 27 anos Yuri Gagarin. Reza a lenda que na aproximação à Terra, quando as chamas do atrito abraçavam a cápsula Vostok 1, Yuri terá cantado ou assobiado, as primeiras frases de Rodina Slyshit, de Dimitri Shostakovitch, onde se canta «A pátria escuta, a pátria sabe/onde seu filho voa no céu!»

First Orbit é um documentário de longa duração que relata e reconstitui a experiência da viagem do primeiro cosmonauta. Uma experiência audiovisual brilhante realizada por Chrostopher Riley e Paolo Nespoli, criada em 2011 a propósito da celebração dos 50 anos da viagem de Yuri Gagarin. Aconselhamos a todos a visualização de First Orbit, disponível gratuitamente no Youtube, mas destacamos aqui a banda sonora de Philip Sheppard, com dois momentos do  violoncelista e compositor britânico que consegue neste filme a comunhão perfeita entre som, imagem e o sonho do Homem à conquista do Espaço.

Várias são as citações conhecidas de Yuri Gagarin. É natural que as suas palavras sejam para nós uma forma comum de nos aproximarmos do homem, já que só em sonhos poderíamos viajar com o herói da humanidade. Já aqui referimos a sua frase «quando em órbita em torno da Terra, a bordo da minha nave, pude ver como o nosso planeta é bonito. Povo, vamos preservar e aumentar esta beleza, não destruí-la!» 

Menos consensual é a frase que Yuri terá dito: «Eu procurei, mas não vejo Deus cá em cima». Mas esse não parece ser contudo um problema para a banda de rock progressivo sueca, que, adoptando para si o nome do primeiro homem no Espaço, afirmando quais rock stars, como se eles próprios estivessem a bordo do Vostok 1, «I See No God Up here».

Nenhuma lista de músicas à volta do primeiro viajante do Espaço estaria completa sem Sun Ra. O Astro Maestro que sempre reclamou ter vindo de Saturno, já desbravava a liberdade em plena América segregacionista através da música quando Yuri Gagarin voava à volta da Terra.

Nesse ano de 1961, Sun Ra deslocou-se de Chicago para Nova iorque, gravando dois álbuns que ficam para a história com os títulos Futuristic Sound of Sun Ra e Bad and Beautiful, ambos com Sun Ra no piano e John Gilmore no saxofone.

A grande diferença, para além da música original, será que o primeiro usa sobretudo a Arkestra completa, ainda com muitos momentos marcados pelo estilo swingado e bop de Chicago, sendo que o segundo é baseado sobretudo em formações mais pequenas como o sexteto. Ambos os discos, no entanto, repletos de momentos brilhantes de afro-futurismo e mestria jazz de algumas das figuras centrais da História da grande música afro-americana.

A Picolo Orchestra Gagarin é um estranho casamento perfeito entre guitarras preparadas, melodias da Sardenha e sonoridades folk, paisagens frias do Cazaquistão e ruído jazz do deserto lunar. Vestido de fato espacial, este trio multicultural reinventa o conceito de world music para nos dar a música de outros mundos que conhecemos e desejamos como o nosso. Um verdadeiro projecto espacial europeu em forma de objecto estranho, que não devemos perder a cada sua nova aproximação à nossa terra.

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