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Vereadora defensora dos direitos humanos assassinada no Rio

A vereadora Marielle Franco (PSOL) foi morta a tiro nesta quarta-feira à noite, no centro do Rio de Janeiro. Negra e feminista, integrava a comissão que acompanha a intervenção militar no Rio e denunciara há três dias a acção policial numa favela. A investigação segue a hipótese de execução.

Marielle Franco destacou-se como feminista, defensora dos direitos dos negros e dos habitantes das favelas do Rio de Janeiro
Marielle Franco destacou-se como feminista, defensora dos direitos dos negros e dos habitantes das favelas do Rio de JaneiroCréditos / odia.ig.com.br

Eleita em 2016 à Câmara Municipal do Rio de Janeiro, como quinta candidata mais votada, pelo Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), Marielle Franco tinha acabado de participar no debate «Jovens negras movendo a estrutura», no bairro da Lapa, e, quando passava perto da Câmara Municipal, a viatura em que seguia foi atingida por vários disparos efectuados a partir de outro carro, que se pôs imediatamente em fuga.

Para além da vereadora, atingida com pelo menos quatro tiros, foi também morto o motorista, Anderson Pedro Gomes. Fernanda Chaves, a assessora de imprensa, ficou ferida sem gravidade, segundo revela o Brasil de Fato.

A perícia policial encontrou nove invólucros de balas no local. A linha de investigação seguida pela divisão de homicídios é a da execução, não havendo indícios de um assalto. Para além disso, tudo aponta para que os responsáveis do acto soubessem do lugar exacto da vereadora no carro, uma vez que este tinha vidros fumados.

Marielle Franco, que se destacou pela sua intervenção como feminista e defensora dos direitos dos negros, e pela denúncia da actuação policial nas favelas, fazia parte da comissão que acompanha a intervenção militar no Rio, decretada pelo governo golpista de Temer a 16 de Fevereiro último e que foi alvo de inúmeras críticas, nomeadamente da Associação Juízes para a Democracia, que a classificou como uma ruptura do Estado Democrático.

No domingo, dia 11, a vereadora tinha denunciado a acção violenta, no dia anterior, do 41.º batalhão da PM, «conhecido como Batalhão da Morte», na favela Acari, no Rio de Janeiro. Escreveu no Twitter: «Chega de matarem os nossos jovens!» De acordo com os moradores, os agentes da Polícia Militar invadiram casas, fotografaram as pessoas e aterrorizaram os populares, frisa o Portal Vermelho.

Inúmeros actos de protesto

Para denunciar o assassinato da vereadora carioca, foram convocados para hoje, com o lema «Marielle, presente!», cerca de duas dezenas de actos em várias cidades brasileiras, como Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Recife, Salvador, Brasília, Juiz de Fora, Curitiba, Natal, Florianópolis, Porto Alegre e Belém.

Vários partidos da esquerda brasileira emitiram notas de repúdio e consternação face ao assassinato que se configura como uma execução e exigiram o apuramento rigoroso dos factos.

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) também exigiu o rápido apuramento, «para que a impunidade não prevaleça», e, numa nota, afirmou que «Marielle, uma amiga do MST e militante destacada na defesa dos direitos humanos e da igualdade social, deixa um legado de lutas em favor da classe trabalhadora».

Por seu lado, a secção carioca da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) classificou o assassinato da vereadora Marielle Franco como «uma perda de todos e todas aqueles/as que lutam pela construção de uma sociedade mais justa, livre de preconceitos, onde a pobreza não seja criminalizada e em que os direitos das mulheres e da população negra sejam respeitados».

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