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Governo francês proíbe manifestação contra a reforma laboral

Num gesto inédito desde a Guerra da Argélia, o governo de François Hollande proibiu, hoje, a manifestação contra o pacote laboral marcada para amanhã, em Paris, com o argumento de evitar actos de violência.

No dia 14 de Junho, mais de um milhão de pessoas protestaram em Paris contra a reforma laboral
No dia 14 de Junho, mais de um milhão de pessoas protestaram em Paris contra a reforma laboralCréditos

É a primeira vez, desde 1958, que uma manifestação organizada por forças sindicais é proibida em França. A proibição tem lugar depois de a frente sindical, integrada por sete organizações, ter recusado uma proposta das autoridades em que se pretendia substituir a manifestação por uma concentração.

Os sindicatos avançaram com percursos alternativos, mas estes foram recusados pela Polícia, que fez uma declaração de impotência ao assumir que a «segurança de pessoas e bens» não estava garantida. Num comunicado, a Prefeitura de Paris referiu que só lhe restava «interditar a manifestação».

Dirigentes sindicais, nomeadamente da Confederação Geral do Trabalho e Force Ouvrière, criticaram fortemente o Ministério do Interior por ter aceitado de imediato a decisão da Prefeitura, e solicitaram uma reunião urgente ao ministro da tutela, Bernard Cazeneuve. Para os sindicatos, está em causa um direito fundamental.

Esta interdição segue-se à intensa campanha contra os opositores à reforma do trabalho, incluindo os sindicatos, que se seguiu à manifestação de 14 de Junho, em que se registaram incidentes. O presidente, Hollande, e o primeiro-ministro, Manuel Valls, não perderam o ensejo e proferiram declarações que deixavam no ar a possibilidade da proibição das manifestações.

Forte contestação

A oposição ao projecto de reforma laboral tem sido alvo de forte contestação sindical e social. Desde Março, sucedem-se as manifestações e as greves em diversos sectores de actividade, e a insistência em levar por diante o projecto tem conduzido a divisões no seio do Partido Socialista e no Parlamento.

A interdição da manifestação agendada para esta quinta-feira já foi considerada um «erro histórico» no seio dos socialistas e vem dar razão aos que acusam Manuel Valls de «intransigência», «fechamento» e «autoritarismo».

Após o anúncio da interdição, foi lançada uma petição intitulada «Eu não vou respeitar a proibição de me manifestar», assinada, em poucas horas, por mais de 100 mil pessoas. Os sindicatos afirmam não desistir e têm nova mobilização marcada para dia 28 em Paris.

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