80% de adesão na greve dos trabalhadores do call center e backoffice da PT/MEO

Os trabalhadores da Manpower no Porto, empresa de trabalho temporário que presta serviços no atendimento de clientes da PT/MEO, realizaram hoje uma greve das 14h às 17h e uma concentração exigindo a valorização do trabalho.

Trabalhadores da Manpower no Porto, concentrados à porta do Edifício de Tenente Valadim da PT/MEO
Créditos / Sinttav

Os trabalhadores e o seu sindicato, o Sindicato Nacional dos Trabalhadores das Telecomunicações e Audiovidual (Sinttav), decidiram avançar com um período de greve, que se realizou hoje, com uma adesão de 80%, segundo fonte sindical. Os trabalhadores concentraram-se à porta do Edifício de Tenente Valadim da PT/MEO, no Porto, e demonstraram o seu descontentamento, exigindo que a empresa valorize o seu trabalho .

Estes trabalhadores reuniram-se em plenário no dia 22 de Dezembro, onde discutiram que medidas tomar face à ausência de resposta por parte da Manpower e da PT/Meo às reivindicações aprovadas no plenário anterior, realizado a 22 de Novembro e enviadas às empresas.

«Exigem ainda à empresa PT/Meo a integração de todos os trabalhadores subcontratados pela Manpower na PT/Meo, alguns há mais de 18 anos a desempenhar a mesma função»

Está em causa a exigência do aumento de salário para 600 euros para todos os trabalhadores a auferirem abaixo deste valor; o aumento em 4%, nunca inferior a 40 euros, para os restantes níveis salariais; a unificação do subsídio de alimentação para 6 euros. Exigem ainda à empresa PT/MEO a integração de todos os trabalhadores subcontratados pela Manpower, alguns há mais de 18 anos a desempenhar a mesma função. Trabalhadores presentes na acção informaram a imprensa que auferiam 528 euros por mês «e que os funcionários só conseguem “viver” porque têm ajuda de familiares».

Os trabalhadores reafirmam que a cada posto de trabalho permanente deve corresponder um vínculo de trabalho efectivo com a empresa que usufrui do trabalho. Na nova moção entregue ao presidente da Comissão Executiva da PT/MEO, os trabalhadores lembraram a pretensão de lançar um apelo a uma «séria reflexão sobre as consequências da política de subcontratação com recurso às empresas de trabalho temporário e outsourcing, que, não dignificando a imagem da PT/MEO, também não contribui para a criação de postos de trabalho efectivos e com direitos». Fonte sindical explicou que há cerca de 400 trabalhadores subcontratados da Manpower que estão numa situação precária.

Fonte do Sinttav informou ainda que a empresa, no contexto da marcação deste protesto, já informou que cederá quanto à reivindicação dos subsídios de refeição

«O comando da precariedade é MEO. Melhores salários e estabilidade laboral», «Trabalhadores da Manpower em greve» ou «Não à precariedade. Somos MEO. A luta continua» eram algumas das frases que se podiam ler nas faixas dos trabalhadores que hoje protestaram.

Fonte do Sinttav informou ainda que a empresa, no contexto da marcação deste protesto, já informou que cederá quanto à reivindicação dos subsídios de refeição. Os trabalhadores decidiram realizar um novo plenário caso não exista uma alteração da situação.

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