Terceiro trimestre com maior crescimento dos últimos sete anos

Economia acelera na segunda metade do ano

Os dados divulgados hoje pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), relativos ao terceiro trimestre, apontam para uma aceleração do crescimento económico com avanços na devolução de rendimentos

O consumo privado contribuiu para o crescimento da economia
CréditosMário Cruz / Agência LUSA

O Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 0,8% no terceiro trimestre, registando uma subida de 1,6% relativamente ao mesmo período do ano passado. Desde o terceiro trimestre de 2009 que não se verificava um crescimento em cadeia (relativamente ao trimestre anterior) tão elevado.

Enquanto na primeira metade do ano o PIB cresceu a um ritmo de 0,9%, neste período o valor passa para 1,6%. Mesmo que nos últimos três meses do ano a variação seja nula, o que é improvável de acordo com os dados conhecidos do mês de Outubro, o crescimento do PIB fixar-se-á nos 1,2%, o valor apontado pelo Governo no Orçamento do Estado para 2017. Caso o ritmo do terceiro trimestre se mantenha, o ritmo passa para 1,4%.

De acordo com o INE, a evolução é explicada pelo bom comportamento da procura externa líquida (o crescimento das exportações é superior ao das importações), assim como da procura interna, particularmente no consumo privado.

Estes dados referem-se ao período em que se começaram a sentir os efeitos de medidas como a redução do IVA da restauração e em que foram dados passos adicionais na reposição de rendimentos do trabalho, nomeadamente no sector público. No plano do emprego, foram criados mais cerca de 94 mil postos de trabalho ao longo do ano.

A evolução positiva das exportações surge num momento em que se faz sentir a quebra na procura em mercados como Angola, os EUA e a China. Apesar de ainda não ser possível fazer uma análise completa do comportamento da procura externa, as exportações para os países da União Europeia parecem compensar a retracção noutros mercados.

Estes dados referem-se a um período em que o País permanece sujeito a enormes constrangimentos e condicionamentos à execução da política económica do Governo por parte da União Europeia, sem que tenha sido possível libertar recursos financeiros para o investimento público e para uma alavancagem da economia e do investimento privado.

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