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Venezuela repudia actos de pirataria dos EUA no Mar das Caraíbas

Caracas denunciou e rejeitou, de forma categórica, «o roubo e o sequestro» de outro «navio privado com petróleo venezuelano», por efectivos dos EUA, bem como «o desaparecimento forçado da sua tripulação».

Créditos / TeleSur

Um comunicado emitido este sábado, divulgado pela vice-presidente Delcy Rodríguez, refere que o roubo de um novo navio com petróleo venezuelano foi cometido por tropas norte-americanas em águas internacionais.

No texto, o executivo de Caracas afirma que «este grave acto de pirataria implica a flagrante prática do crime previsto no artigo 3.º da Convenção para a Supressão de Actos Ilícitos contra a Segurança da Navegação Marítima de 1988, bem como uma violação grosseira do artigo 2.º da Carta das Nações Unidas».

A acção levada a cabo por militares norte-americanos este sábado também viola «o artigo 2.º da Convenção de Genebra sobre o Alto Mar e a Declaração sobre os Princípios do Direito Internacional relativos às Relações Amistosas e à Cooperação entre os estados, entre outras normas aplicáveis ​​do direito internacional», acrescenta a declaração.

«O modelo colonialista que o governo dos Estados Unidos pretende impor com este tipo de práticas fracassará e será derrotado pelo povo venezuelano», sublinha o documento, em que se afirma que a Venezuela continuará a crescer economicamente, com base nos seus 14 sectores-chave e no desenvolvimento independente e soberano da sua indústria de hidrocarbonetos.

A República Bolivariana reafirma que «estes actos não ficarão impunes e que tomará todas as medidas adequadas, incluindo a denúncia ao Conselho de Segurança das Nações Unidas, a outras organizações multilaterais e aos governos do mundo».

«O direito internacional prevalecerá e os responsáveis ​​por estes graves actos responderão perante a justiça e a história pelas suas acções criminosas», destaca o texto.

Apreensão de navio confirmada pela administração de Donald Trump

A secretária de Segurança Nacional dos Estados Unidos, Kristi Noem, confirmou na sua conta de Twitter (X) a apreensão de um navio petroleiro que tinha estado atracado na Venezuela, o segundo no espaço de dez dias.

Juntamente com imagens de vídeo, a funcionária do executivo liderado por Donald Trump divulgou uma mensagem em que alude à participação na operação de elementos da Guarda Costeira dos EUA, com o apoio do Departamento da Guerra.

Em linha com outras acusações não fundamentadas contra o executivo de Nicolás Maduro, Noem disse que «os EUA vão continuar a perseguir o tráfico ilícito de petróleo autorizado que é utilizado para financiar o narcoterrorismo na região».

A alegada luta contra o narcotráfico tem sido utilizada pela actual administração na Casa Branca para fundamentar as suas ameaças contra a Venezuela, bem como a vasta presença militar no Mar das Caraíbas e uma campanha de ataques contra embarcações na região, que provocaram pelo menos 104 mortos.

A operação deste sábado segue-se a uma publicação do presidente norte-americano na rede Truth Social, na qual afirma ter designado o governo venezuelano como uma «organização terrorista estrangeira».

«A Venezuela está completamente cercada pela maior armada já reunida na história da América do Sul. Só vai aumentar, e o impacto para eles será algo nunca viram antes – até que devolvam aos Estados Unidos da América todo o petróleo, terras e outros activos que nos roubaram», escreveu Donald Trump.

Procurando claramente aumentar a pressão sobre o governo venezuelano, no âmbito das ameaças à soberania do país sul-americano, Trump revelou ainda que iria decretar «um bloqueio total e completo a todos os petroleiros sancionados que entram e saem da Venezuela».

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