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Relatório aponta Israel como maior assassino de jornalistas a nível mundial

De acordo com o relatório anual da organização Repórteres sem Fronteiras (RSF), Israel é responsável por quase metade das mortes de jornalistas em 2025, na Faixa de Gaza.

Jornalistas palestinianos protestam contra o assassinato dos seus colegas pela ocupação sionista (imagem de arquivo) Créditos / PressTV

O documento publicado esta terça-feira pela organização não governamental (ONG) com sede em Paris afirma que 67 profissionais da imprensa foram mortos este ano, 53 dos quais foram vítimas de «forças armadas ou grupos paramilitares e de redes criminosas».

As forças de ocupação israelitas voltam a figurar como maior ameaça aos jornalistas, sendo responsáveis pela morte de quase metade (43%) dos casos registados pela ONG nos últimos 12 meses.

Desde o início da guerra de extermínio na Faixa de Gaza, em Outubro de 2023, a RSF registou o assassinato de cerca de 220 jornalistas por parte das forças israelitas, 65 dos quais foram mortos devido à sua profissão ou enquanto trabalhavam.

Jornalistas sistematicamente visados pela ocupação

De acordo com as autoridades na Faixa de Gaza, pelo menos 257 jornalistas palestinianos foram mortos no enclave pelas forças de ocupação desde Outubro de 2023.

Por seu lado, o Sindicato dos Jornalistas Palestinianos (SJP) confirmou o assassinato de 254 trabalhadores da imprensa em Gaza pelas forças israelitas entre Outubro de 2023 e Outubro deste ano – destacando o facto de 44 terem sido mortos em tendas para deslocados imediações de hospitais e centros de acolhimento da agência da ONU para os refugiados (Unrwa), como resultado de bombardeamentos ou de disparos de franco-atiradores.

Numa nota divulgada no início de Novembro, a Comissão das Liberdades do SJP denunciava o ataque sistemático e deliberado da ocupação sionista às infra-estruturas do sector dos media, sublinhando que a agressão israelita destruiu escritórios e instituições da imprensa, matou jornalistas nas suas casas e camas, ou em tendas de abrigo temporário, que os trabalhadores do sector foram obrigados a utilizar depois de serem deslocados à força.

«O ataque a jornalistas civis constitui um crime de guerra, ao abrigo do artigo 79 do Primeiro Protocolo Adicional às Convenções de Genebra», lembrou ainda o organismo.

Violação contínua do cessar-fogo em Gaza e escalada na Margem Ocidental

Entretanto, sucedem-se os ataques israelitas no enclave costeiro, em flagrante violação do acordo de cessar-fogo em vigor desde 10 de Outubro último.

De acordo com a Wafa, registaram-se demolições, ataques aéreos e de artilharia em várias zonas do território nas últimas 48 horas, nomeadamente em Rafah e Khan Younis (Sul), Deir al-Balah e al-Bureij (Centro), vários bairros da Cidade de Gaza e Jabalia (Norte).

Na Cisjordânia ocupada – onde o governo israelita pretende construir 17 novos colonatos e expandir os existentes, mediante a alocação de verbas superiores a 800 milhões de dólares ao longo dos próximos cinco anos –, prossegue a campanha de incursões e destruição, ataques e agressões a pessoas e bens palestinianos por parte de tropas e colonos israelitas.

De acordo com dados oficiais palestinianos, em Novembro foram registados 2144 ataques, que incluem demolição de casas e destruição de meios de subsistência, confisco de terras, vandalismo, bloqueio de circulação, tiroteios fatais, espancamentos, roubos e intimidação.

Neste contexto, as forças de ocupação realizam amplas operações de detenções por toda a Margem Ocidental. De acordo com a Sociedade dos Presos Palestinianos, cerca de 21 mil palestinianos foram ali detidos desde o início da guerra de extermínio, em Outubro de 2023.

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