O posicionamento da ONU diz também respeito às «ameaças à soberania e integridade territorial» da República Bolivariana, bem como à «violação do direito internacional e dos direitos humanos», declarou este domingo Yván Gil, ministro dos Negócios Estrangeiros, em nome do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, na sua conta de Telegram.
O responsável da diplomacia venezuelana alertou, no entanto, que «a ameaça e as agressões contra uma região declarada como Zona de Paz continuam».
Neste sentido, sublinhou, o seu país mantém «o apelo a todo o sistema das Nações Unidas e organismos multilaterais para que utilizem os seus mecanismos para defender a paz e a soberania de todos os países, tarefa que lhes foi conferida pelos povos do mundo».
A ameaça de agressão militar à Venezuela, por parte da administração norte-americana, mantém-se no terreno, com navios de guerra, aviões de combate, um submarino nuclear e cerca de dez mil efectivos destacados nas proximidades da costa venezuelana.
Além disso, as forças militares dos EUA têm realizado ataques contra embarcações no Mar das Caraíbas e no Pacífico. Números oficiais norte-americanos apontam para cerca de duas dezenas de barcos destruídos e quase 70 mortos em águas internacionais, sem fundamentar a alegação de que se tratava de narcotraficantes.
Cuba denuncia escalada belicista dos EUA nas Caraíbas
Ao discursar, este domingo, na IV Cimeira da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) – União Europeia (UE), Valdés Mesa, vice-presidente de Cuba, denunciou a escalada belicista protagonizada pelos EUA nas Caraíbas.
No evento que teve lugar este domingo e segunda-feira no Centro de Convenções de Santa Marta, na Colômbia, Mesa defendeu que a região deve continuar a ser uma Zona de Paz, tal como foi proclamada em 2014.
«Não podemos ignorar neste encontro a irracional arremetida do governo dos Estados Unidos contra a Venezuela, e o desenrolar de uma operação militar ofensiva dos EUA nas Caraíbas, sob o falso pretexto de combater o narcotráfico», disse, citado pela Prensa Latina.
«É uma ameaça inaceitável de agressão, de violação da soberania, que mina a paz e a cooperação que os países latino-americanos e caribenhos querem e devem preservar», frisou.
Valdés Mesa defendeu ainda que «a comunidade internacional se deve mobilizar para travar esta agressão directa e as acções militares nas Caraíbas, que põem em risco a paz, a estabilidade e a segurança regional».
Brasil critica ameaça do uso da força militar na região
Na mesma ocasião, o presidente brasileiro, Lula da Silva, criticou o uso da força militar nas Caraíbas e na costa venezuelana, sublinhando que se trata de violações do direito internacional.
Sem se referir directamente aos EUA, Lula denunciou que «a ameaça de uso da força militar voltou a fazer parte do cotidiano da América Latina e do Caribe», acrescentando que «velhas manobras retóricas são recicladas para justificar intervenções ilegais».
«Somos uma região de paz e queremos permanecer em paz. Democracias não combatem o crime violando o direito internacional», declarou o presidente brasileiro, citado pelo portal Brasil 247.
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