Sem meios humanos para fazer face às enormes carências do Serviço Nacional de Saúde, a Unidade Local de Saúde (ULS) Braga recorreu aos meios ao seu dispor «para manter a sua capacidade assistencial», perante a necessidade de contratar mais enfermeiros e a não-aprovação do Plano de Desenvolvimento Organizacional (PDO), explica o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP/CGTP-IN), em nota enviada ao AbrilAbril.
Para o efeito, foram contratados 40 enfermeiros ao abrigo do plano de contingência de Verão, trabalhadores esses que se limitaram a suprir a ausência de um número adequado de enfermeiros para prestar os cuidados de saúde às centenas de milhares de pessoas acompanhadas pela ULS Braga. Com a autorização da tutela, a instituição recebeu o aval para prolongar estes contratos por um prazo de 4 anos.
Os enfermeiros já tinham «formalizado a entrega de documentos solicitados pelos recursos humanos para assinatura dos novos contratos» no dia 1 de Outubro, refere o sindicato. No entanto, à última da hora, as tutelas superiores (o Ministério e a Administração Central do Sistema de Saúde) informaram a ULS Braga de que, afinal, não podia avançar com a contratação dos enfermeiros, permitindo que os seus contratos temporários expirassem.
Num momento em que faltam dezenas de milhares de enfermeiros em todo o país, o Governo PSD/CDS-PP opta por obrigar uma Unidade Local de Saúde a dispensar os serviços de 40 profissionais.
É «vergonhoso» que a ministra da Saúde e o Governo «estejam a impor limites à contratação definitiva de enfermeiros (e outros trabalhadores) para cumprir o seu plano de privatizar a ULS de Braga, colocando em causa e no imediato, a actividade assistencial daquela unidade». O Hospital de Braga foi uma das instituições escolhidas pelo PSD/CDS-PP para transformar em Parceria Público-Privada (PPP). A insustentabilidade do hospital é um passo indispensável para «abrir o apetite» dos grupos económicos privados da saúde e virar a população contra o SNS.
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