O presidente da Câmara Municipal do Seixal, Paulo Silva, foi ouvido na Assembleia da República, esta terça-feira, acerca da petição «Pela Construção do Hospital no Seixal», que somou cerca de 15 mil assinaturas e foi entregue em Fevereiro. Paulo Silva, que é um dos peticionários, alertava então que, nas verbas do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) para a saúde, há uma destinada ao hospital do Seixal e que se a construção não avançar, Portugal pode perder esses fundos por não fazer a aquisição do equipamento.
A audição desta semana «foi mais um passo», reconhece o Município num comunicado, num processo que já leva mais de 20 anos de luta pela construção da unidade hospitalar, face a promessas governamentais sucessivamente adiadas, num território em que cerca de 40 mil utentes não têm médico de família.
Após a audição de peticionários, no dia 16 de Setembro, em que «todos os partidos políticos foram unânimes em considerar que a construção do hospital do Seixal é fundamental e extremamente necessária para a população do concelho, que há mais de 20 anos reivindica esta infra-estrutura», será elaborado «um relatório (pelo relator da petição) e esta será discutida em plenário». Objectivo? Instar o Governo a construir o hospital do Seixal, no distrito de Setúbal – território fustigado pelo já rotineiro encerramento das urgências.
A petição entregue em Fevereiro soma-se a inúmeras já realizadas, tais como o cordão humano em torno da Baía do Seixal, o «Hospital de Campanha», no âmbito da acção «Em Campanha pelo Hospital no Seixal», «Mais Um Natal sem Hospital no Seixal» e a «Corrida pelo Hospital no Seixal», entre outras.
Em Dezembro de 2015, após um abaixo-assinado com mais de oito mil assinaturas, foi aprovada uma resolução da Assembleia da República no sentido da construção urgente deste equipamento. No Orçamento do Estado para 2017 foi inscrita uma verba de 10 milhões de euros para relançar o projeto e o concurso, tendo sido mesmo noticiado o seu arranque em Julho de 2017. Contudo, só em Junho de 2018, com a assinatura de uma nova adenda ao acordo inicial, em que a Câmara Municipal do Seixal assumiu os custos da construção das acessibilidades (no valor de três milhões de euros), foi possível lançar novo concurso.
Em 2019, o Governo anunciou novo adiamento, assumindo que durante o primeiro trimestre de 2023 apresentaria o projecto de execução para posterior lançamento do concurso para a sua construção. Estamos em 2025 e o projecto de construção do hospital no Seixal ainda não saiu do papel, o que contribui para sobrecarregar o hospital de Almada, que serve os dois concelhos, e recebe quase o dobro dos utentes para o qual foi projectado. Recorde-se que o Hospital Garcia de Orta foi programado para servir 200 mil utentes, mas estes dois concelhos já têm 350 mil.
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