O encerramento «reiterado» dos Serviços de Urgência de Obstetrícia da ULS de Leiria e Aveiro que tem ocorrido várias vezes por semana ao longo deste verão, tem provocado «uma sobrecarga insustentável dos profissionais» da Maternidade Bissaya Barreto, em Coimbra, alerta a Federação Nacional dos Médicos (FNAM). «Num contexto já marcado por carências estruturais e organizativas», a convergência de grávidas, parturientes e puérperas de 3 distritos a requerer cuidados médicos urgentes, tornou-se insustentável.
Sem que tenha existido «um correspondente reforço de equipas médicas na ULS de Coimbra», a situação está a provocar «uma sobrecarga insustentável dos profissionais da Maternidade Bissaya Barreto», comprometendo «a segurança do acto médico» e aumentando «o risco de erro clínico, com consequências potencialmente trágicas».
Entre as «graves denúncias» que estes profissionais fizeram chegar à FNAM, está a falta, quase diária, «de vagas» para internamento de grávidas de risco, parturientes e puérperas, «transferências frequentes e desnecessárias entre os serviços de urgência de Obstetrícia na ULS de Coimbra, com riscos clínicos associados» e a «inscrição de utentes sem contacto prévio para verificação de vagas», o que resulta em mais atrasos e transferências.
O «encaminhamento quase exclusivo de utentes pela linha SNS 24 para o Serviço de Obstetrícia B» e o transporte de grávidas e puérperas pelo INEM para o mesmo serviço, «frequentemente sem contacto prévio, contrariando as orientações vigentes», são outros factores que destabilizam o trabalho destes médicos.
A FNAM «responsabiliza directamente o Primeiro-Ministro, Luís Montenegro, pela degradação do Serviço Nacional de Saúde, cuja consequência mais grave é o risco real para a vida de mulheres e recém-nascidos, de norte a sul do país». A federação sindical já fez chegar uma missiva à administração da ULS de Coimbra na qual exige a resolução urgente dos problemas levantados pelos médicos desta instituição.
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