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Mais de 150 enfermeiros do Hospital de Cascais denunciam «discriminação» da PPP

É o único hospital do país gerido por uma PPP, ou seja, onde os enfermeiros trabalham mais, recebem menos e quem ganha é a empresa. 150 profissionais da instituição subscreveram abaixo-assinado promovido pelo SEP/CGTP.

Créditos / Teixeira Duarte

É «urgente» que o Governo PSD/CDS-PP «reverta para a esfera pública» a gestão do Hospital de Cascais, assegurando uma «harmonização de direitos» entre os enfermeiros desta instituiçã e os restantes colegas da administração pública, exige o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP/CGTP-IN). É inadiável pôr um fim à «exploração destes enfermeiros e à acumulação obscena de lucros do grupo Ribera Salut», que gere o Hospital de Cascais em regime de Parceria Público-Privada (PPP) desde 2024.

No ano passado, este grupo empresarial do negócio da doença anunciou lucros de 808 milhões de euros. Enquanto acumula lucros, a Ribera Salut permitiu que o Hospital de Cascais desenvolvesse uma enorme «carência de enfermeiros», «uma realidade que provocou a redução do número de enfermeiros por turno, a realização de trabalho extraordinário programado através de adendas aos contratos, redução de folgas e o aumento de ritmos de trabalho», denuncia o sindicato.

A 12 de Agosto, pelas 11h, o SEP vai entregar ao conselho de administração «mais de 150 assinaturas de um abaixo-assinado subscrito pelos enfermeiros do Hospital de Cascais» exigindo as 35 horas de horário semanal, a harmonização de direitos com os trabalhadores da administração pública e a contratação urgente de mais profissionais.

Os enfermeiros do Hospital de Cascais querem também que o «pagamento de todas as horas penosas (trabalho noturno, aos fins de semana e feriados e trabalho extraordinário)» seja feito da mesma forma que no público. Na opinião do sindicato, é «fundamental criar condições de trabalho para atrair e fixar enfermeiros, nomeadamente tempos de descanso adequados, a aplicação de uma Carreira Única de Enfermagem para todos e a contabilização de todos os anos de serviço para efeitos de progressão».

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