Mais de 220 jornalistas e investigadores de 50 países juntaram-se em Caracas para participar, esta quarta-feira, no Fórum Vozes do Novo Mundo, no âmbito do qual se procurou promover uma nova ordem mundial na área da informação, fazer a defesa da verdade como direito dos povos e reafirmar o apoio à «causa palestiniana», indica a TeleSur.
Na declaração final do encontro, que a fonte divulga, é anunciada a criação da Aliança de Jornalistas para a Comunicação do Sul Global, que se apresenta como espaço de acção permanente, num contexto em que urge «abrir caminhos à verdade e ao desejo de paz em todos os cantos do mundo».
Com a sua acção, a aliança pretende garantir a soberania da informação, bem como o respeito pela diversidade cultural e o desenvolvimento integral dos países.
«Os povos têm direito à verdade. A vivê-la, a contá-la e a conhecê-la. Sobre ela se alicerçam princípios e valores fundamentais para a humanidade, como a paz e a igualdade», afirma o texto final do encontro, que propôs a defesa das narrativas do Sul Global, com uma perspectiva descolonizadora e que reflicta as realidades dos povos.
Criar uma nova ordem ao nível da informação e da comunicação social
Um dos grandes objectivos que a aliança se propõe alcançar, ao convocar todos os profissionais comprometidos com um jornalismo ético, crítico e responsável, é o da construção de uma nova ordem mundial ao nível da informação e da comunicação social.
«Respeitar e defender a verdade, a liberdade de expressão e o desenvolvimento soberano e independente dos nossos povos é um dever dos que se dedicam à actividade jornalística e comunicativa com honestidade», frisa a declaração.
Neste sentido, os jornalistas e comunicadores presentes no fórum assumem a responsabilidade de «informar com veracidade, desmontar campanhas de desinformação e ser vozes da maioria historicamente silenciada».
Também denunciam a hegemonia dos grandes consórcios mediáticos e plataformas digitais que «distorcem as realidades dos nossos povos, silenciam as lutas populares e perpetuam narrativas coloniais».
Um espaço de articulação
A Aliança de Jornalistas para a Comunicação do Sul Global anuncia-se igualmente como uma rede de articulação e troca de conteúdos, de formação conjunta e de defesa de jornalistas agredidos e «transformados em alvos de guerras convencionais ou de nova geração».
No encontro, os participantes defenderam questões como o rigor informativo, a criatividade, a firmeza da acção colectiva e a formação sistemática e contínua, de modo a fazer frente à censura, à manipulação e ao controlo algorítmico das plataformas digitais.
A declaração final do evento insta os trabalhadores da imprensa, académicos e outros a aderir a esta iniciativa, para fomentar redes de comunicação alternativa assentes na solidariedade e na cooperação estratégica, capazes de criar uma nova ordem da informação, que dê prioridade à verdade, à unidade, à diversidade e à dignidade.
«Temos a capacidade, o discernimento e a convicção para construir uma nova ordem comunicacional», declara o texto, em que se sublinha o compromisso de narrar as realidades dos povos com consciência e voz próprias.
O encontro realizado em Caracas, no Teatro Teresa Carreño, foi auspiciado pelo Ministério venezuelano dos Negócios Estrangeiros.
Na intervenção de abertura, o ministro Yván Gil destacou a importância da iniciativa para fazer frente ao fascismo, ao imperialismo e ao neocolonialismo, e deu ênfase ao «genocídio na Palestina», afirmando que se trata de uma luta do bem contra o mal, em que o sionismo é o rosto do imperialismo, enquanto a Palestina representa todos os povos que lutam pela liberdade e a soberania.
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