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França: solução para «crise financeira» é acabar com feriados

É uma receita retirada directamente das piores práticas do passismo. Citando o exemplo de Espanha e Grécia, François Bayrou, primeiro-ministro francês, anunciou a intenção de acabar com dois feriados para aumentar a produtividade.

François Bayrou, primeiro-ministro de França, e Emmanuel Macron, presidente de França 
CréditosTom Nicholson / EPA

«Como nação, temos de trabalhar mais», afirmou François Bayrou, primeiro-ministro francês, numa conferência de imprensa realizada na terça-feira. Sem ter, aparentemente, aprendido nada sobre a experiência do austeritarismo no início da década de 2010's, Bayrou pretende recuperar os exemplos de Espanha e Grécia, pondo os trabalhadores a pagar as contas dos desmandos do poder económico.

Como parte de um plano agressivo para corrigir as finanças públicas (que inexplicavelmente não ficaram sanadas com o aumento da idade da reforma para os 64 anos em 2023), o primeiro-ministro francês propõe eliminar o feriado da Páscoa e o Dia da Vitória na Europa, celebrado a 8 de Maio, como feriados nacionais.

O executivo liderado por Bayrou, nomeado por Emmanuel Macron, quer cortar 43,8 mil milhões de euros no Orçamento de 2026, com o objectivo de reduzir o défice orçamental para 4,6% do PIB no próximo ano.

Para alcançar este resultado, o Governo francês prepara-se para despedir 3 mil funcionários públicos e mil a 1500 empregos em agências governamentais ou instituições do Estado. O corte na saúde será de cerca de 5 mil milhões de euros e os salários dos funcionários públicos e algumas pensões serão congeladas. É, na prática, um revisitar das desastrosas receitas da austeridade, agressivas para os trabalhadores e facilitadoras para a acumulação de capital das grandes empresas.

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