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Évora: obra na rede de águas desvenda «grande edifício» romano

A obra de remodelação da rede de águas na vila de São Manços expôs «um grande edifício público» romano «cuja função permanece desconhecida», explicam os arqueólogos da Câmara de Évora. Autarquia vai continuar a exploração.

A abertura de valas para a instalação das novas condutas de abastecimento de água e drenagem de pluviais na vila de São Manços, revelou a existência de sinais evidentes da presença romana no local. 
Créditos / Câmara Municipal de Évora

Não sobra outro papel à Câmara Municipal de Évora (CME) do que apelar à «compreensão dos moradores para os constrangimentos associados à conciliação dos trabalhos arqueológicos com a obra de remodelação da rede de águas». No final do mês de Março, a autarquia deu início aos trabalhos de remodelação da rede pública de água e instalação de uma rede pluvial  na vila de São Manços, num investimento de 300 mil euros.

Trabalhos esses que sofreram um constrangimento significativo: «foram colocadas a descoberto relevantes estruturas arqueológicas de cronologia tardo-romana» – nomeadamente «um grande edifício público, cuja função ainda permanece desconhecida».

Em comunicado, a CME anuncia que a sua equipa de arqueólogos identificou, até ao momento, um vasto conjunto de materiais arqueológicos, «com destaque para uma pilastra em mármore, do século I d.C. que revela uma grande riqueza arquitectónica». São peças de grande importância, refere a autarquia, com potencial para dar «um contributo fundamental para a compreensão de um local que deverá ser dos maiores núcleos de arqueologia romana do concelho de Évora, fora do centro histórico».

Numa visita realizada ao local (a 7 de Julho), o executivo camarário e o presidente da autarquia (Carlos Pinto de Sá, da CDU) decidiram, com o apoio técninco da equipa de arqueólogos, dar continuidade à exploração destas descobertas: «uma decisão que atendendo à grande importância histórica, patrimonial e cultural do local, pretende, por um lado, evitar a destruição dos vestígios não afectados por intervenções anteriores, que eventualmente ainda se mantenham no subsolo e, por outro, permitir o bom andamento da obra».

O objectivo agora é «compatibilizar os achados com os necessários trabalhos de remodelação da rede de abastecimento de água», que inevitavelmente se prolongarão para lá do esperado. A obra, que substitui integralmente das condutas e ramais domiciliários, «visa a melhoria das condições de fornecimento de água quer na qualidade, quer na pressão nas torneiras».

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