Utentes do Médio Tejo não aceitam perder maternidade e urgência pediátrica

Em curso está já uma petição dirigida ao Ministério da Saúde, a quem a comissão de utentes vai solicitar reunião, e no dia 14 de Outubro tem encontro marcado com o Conselho de Administração da Unidade Local de Saíde do Médio Tejo. O objectivo da CUSMT passa por assegurar o funcionamento permanente da urgência obstétrica/maternidade de Abrantes e da urgência pediátrica de Torres Novas, depois de notícia avançada pelo Expresso, no passado sábado, detalhar uma proposta entregue ao Governo pela Comissão Nacional da Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente.

Com o alegado objectivo de «reorganizar» os cuidados agudos a grávidas no Serviço Nacional de Saúde (SNS), na Unidade Local de Saúde do Médio Tejo, que inclui os hospitais de Abrantes e Torres Novas, refere o semanário, «os peritos querem fazer mais do que 'mexer' as equipas». «"No Médio Tejo, a obstetrícia está em Abrantes e a pediatria e a neonatologia em Torres Novas. Isto não faz sentido e não pode continuar", garante o também pediatra [Caldas Afonso].», lê-se na notícia.

Mas esse não é o entendimento de quem tem o acesso à saúde cada vez mais comprometido pelo subfinanciamento crónico e pela desvalorização das carreiras, visível, designadamente, na falta de médicos. «No nosso entender todos os esforços devem ser feitos para dotar os serviços dos necessários recursos humanos, no imediato com medidas urgentes e excepcionais e, no futuro, por medidas planificadas com o objectivo preciso de as unidades de saúde do SNS [...] prestarem cuidados de saúde de qualidade e proximidade, no respeito pelo equilíbrio regional», defende a CUSMT no abaixo-assinado dirigido a Ana Paula Martins.

Além da petição, a comissão de utentes vai realizar um conjunto de acções de informação e mobilização, e solicitar reuniões com as autarquias, após a eleição de 12 de Outubro.