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É urgente acabar com o massacre do povo palestiniano

Pelas ruas de Lisboa e do Porto voltarão a ecoar, este sábado, palavras de ordem contra o massacre levado a cabo por Israel e exigir paz no Médio Oriente. Relatora da ONU alerta para genocídio lucrativo e dos «mais cruéis da história moderna».

CréditosTiago Petinga / Agência Lusa

A insustentável situação que se vive no território palestiniano dita novas acções de solidariedade e protesto perante a passividade e a negligência dos nossos governantes. O Conselho Português para a Paz e a Cooperação (CPPC), a CGTP-IN, o Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente (MPPM) e o Projecto Ruído são as organizações que voltam a promover manifestações de solidariedade e reivindicação, este sábado, pelas 16h, nas cidades de Lisboa e do Porto, «unidas em torno do apelo à participação, que sublinha a urgência de por fim aos massacres e ao genocídio do povo palestino por Israel».

Empresas estão a lucrar com um dos genocídios «mais cruéis» 

Esta quinta-feira, Francesca Albanese, relatora da Organização das Nações Unidas (ONU) para os territórios palestinianos ocupados, admitiu que Israel está a cometer «um  dos genocídios mais cruéis da história moderna» e apelou a consequências para as empresas que lucram com o genocídio, nomeadamente para a Lockheed Martin e as mais de 1600 empresas de vários países envolvidas no fabrico dos caças F-35, e outras, como Palantir, Volvo, Microsoft, IBM, Amazon, Alphabet, BNP Paribas, Barclays e Pimco (da Allianz). 

A afirmação foi feita na apresentação de um relatório em Genebra, onde se lê, revela o Público, citando a Reuters, que «enquanto a vida em Gaza está a ser obliterada e a Cisjordânia está sob um ataque crescente, este relatório mostra a razão pela qual o genocídio de Israel continua: porque é lucrativo para muitos». 

«A cumplicidade exposta nesse relatório é só a ponta do icebergue», refere o relatório, que traça um paralelismo com o envolvimento de grandes grupos económicos com regimes como o nazi-fascista, na Alemanha.

Na sua apresentação, Albanese assumiu que a situação nos territórios palestinianos ocupados por Israel é «apocalíptica». Para este cenário tem contribuído o cerco à ajuda humanitária. Segundo o Fundo das Nações para a Infância (UNICEF), desde o início deste ano, uma média de 112 crianças de Gaza foram internadas por desnutrição aguda. Mas, alertou recentemente o director da Saúde de Gaza, Munir al Bursh, «não são apenas as crianças que são vítimas da fome, todos os grupos vulneráveis que necessitam de cuidados médicos e nutrição adequada estão em risco de morte sob o actual cerco». O responsável denuncia que Israel está a usar o mecanismo de distribuição de ajuda na Faixa de Gaza como armadilha para a realização de massacres colectivos e para o deslocamento forçado dos palestinianos. 

Organizações exigem «firmeza» do Governo português

A garantia do acesso incondicional da ajuda humanitária à população palestiniana na Faixa de Gaza e o fim da agressão e ocupação territorial de territórios do Líbano e Síria, são reivindicações que amanhã saem à rua. Simultaneamente, exige-se firmeza do Governo de Luís Montenegro perante a agressão de Israel e dos EUA contra o Irão, bem como o reconhecimento do Estado da Palestina.

As manifestações pela Paz no Médio Oriente e o fim do genocídio decorrem, amanhã, entre o Largo de Camões e a Ribeira das Naus, na capital, e da Praceta da Palestina à Trindade, no Porto. Um estudo conduzido pelo economista Michael Spagat do Royal Holloway College, divulgado recentemente, estima que Israel assassinou mais de 80 mil palestinianos entre 7 de Outubro de 2023 e Janeiro deste ano. 

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