Quem tem rendimentos colectáveis altos, aqueles que ascendem a 44 987 euros, os que estão no 8.º e o 9.º escalões, têm motivos para estarem satisfeitos. O Governo, com a desculpa que quer aumentar os rendimentos a quem trabalha, aprovou as alterações ao IRS que, feitas as contas, beneficiam aqueles que mais ganham.
De forma a evitar aumentos salariais, o Executivo de Luís Montenegro, vendeu as alterações ao IRS como um enorme feito para o povo e os trabalhadores. Não dizendo que as alterações nada afectam todos os que ganham o Salário Mínimo Nacional e a esmagadora maioria dos reformados, a proposta do Governo, para mais de metade dos trabalhadores, não vai além de mais 40 ou 60 euros por ano.
Isto explica-se porque as alterações não estão desenhadas para beneficiar os escalões mais baixos do IRS, mas sim os escalões mais elevados. Um contribuinte do escalão máximo verá, com a proposta do Governo, o seu IRS sofrer um corte bruto de 400 euros.
Apesar das contas serem fáceis e ser possível demonstrar rapidamente a artimanha governativa e a injustiça que estava em cima, isso não impediu o Governo de ver a sua proposta aprovada. No momento da votação a AD teve no Chega, IL, PAN JPP no PS os aliados para satisfazer a sua vontade, com todos a votarem favoravelmente, à excepção do partido liderado por José Luís Carneiro que se absteve.
Segundo a proposta do Executivo, a taxa do primeiro escalão passa de 13% para 12,5%; a do segundo desce de 16,5% para 16%; a do terceiro baixa de 22% para 21,5%; a do quarto diminui de 25% para 24,4%; a do quinto decresce dos atuais 32% para 31,4%; a do sexto deixa de ser 35,5% e fica em 34,9%; a do sétimo passa de 43,5% para 43,1%; e, por último, a do oitavo baixa de 45% para 44,6%.
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