Diversos especialistas participaram na jornada que a plataforma galega, integrada por duas dezenas e meia de organizações sociais, políticas e sindicais, promoveu este sábado para aprofundar o debate em torno de temas como «Imperialismo, NATO e instalações militares na Galiza».
Também foram sujeitos a análise e debate os tópicos «Crise, guerra e aceleração do imperialismo caótico dos EUA», «O Movimento antimilitarista galego ontem e hoje», e «A corrida belicista na União Europeia e as alternativas».
Com base nas várias intervenções no encontro – encerrado por Marta Romero, uma das representantes da plataforma –, a Galiza pola Paz elencou uma série de conclusões, nomeadamente sobre o imperialismo, que «já existia antes de Trump e continuará a existir quando este for afastado do panorama político internacional».
«Continuarão a ser criadas personagens para nos distrair das nossas reflexões e pesquisas internas, o que seria um dos remédios anti-imperialistas mais eficazes. […] Outro grande remédio seria a vontade política, que deve assentar numa política de cuidado, paz e justiça social», lê-se no portal da Confederação Intersindical Galega (CIG), que divulgou a iniciativa.
«Actualizar o imperialismo exige perpetuar a dominação, a intimidação e a submissão, e é isso que estão a fazer», afirmaram os participantes, alertando que «as oligarquias imperialistas apresentam uma fachada de paz e razão, mas trabalham activamente para promover a guerra e a dominação global».
Sobre o «braço armado» do bloco imperialista, a NATO, afirmaram que «tem um orçamento que ultrapassa os 2% do PIB global e uma rede de mais de mil bases e instalações militares em 63 países, particularmente em torno daqueles que se recusam a enquadrar no modelo pretendido».
Prioridade atribuída às despesas militares
Outro elemento destacado foi o plano designado «Rearmar a Europa», apresentado em Março pela Comissão Europeia, com o objectivo de mobilizar 800 mil milhões de euros.
«Verbas impressionantes que revelam a prioridade errada dada às despesas militares em detrimento de áreas fundamentais como a educação, a saúde, a habitação e pensões», denunciam.
Neste contexto, chamaram a atenção para a política militarista no Estado espanhol e para os objectivos que procura alcançar por via da instigação do medo e das ameaças.
Também alertaram para a «situação de risco» em que a Galiza é colocada sem que detenha poder de decisão, considerando que isso é especialmente grave quando, historicamente, o povo galego se manifestou a favor da paz e contra a Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO).
«Devemos exigir que as nossas autoridades sejam responsáveis pelas nossas decisões e que o nosso território não seja utilizado para fins militares que não sejam do nosso interesse», frisaram, insistindo na defesa da soberania e sublinhando que «o único futuro real para a humanidade é a paz», «o único futuro possível para o povo galego é a paz».
No entanto, deixaram claro que a paz não a que «o imperialismo nos prescreve, é uma paz que ainda não existe e que deve ser construída sobre a derrota do imperialismo, da sua lógica unipolar e do seu braço armado, a NATO».
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