Ao intervir numa audiência judicial, o histórico dirigente sindical, de 70 anos, afirmou que a luta vai continuará nas ruas, apesar da intenção do executivo neoliberal de silenciar o Sindicato Único Nacional dos Trabalhadores da Indústria da Construção e Similares (Suntracs).
López foi preso na passada quinta-feira, ao apresentar-se voluntariamente à Justiça, que tinha decretado uma ordem de detenção contra ele, e continua detido, depois de um tribunal o ter acusado de fraude agravada, associação criminosa e branqueamento de capitais.
Por ordem do Ministério Público, a Polícia já tinha detido Jaime Caballero, dirigente do Suntracs na província de Chiriquí. Por seu lado, o actual secretário-geral da estrutura sindical, Saúl Méndez, refugiou-se na Embaixada da Bolívia, onde se encontra em regime de protecção temporária à espera de asilo, depois de ter denunciado perseguição e ameaças à sua integridade física.
Solidário com os dirigentes sindicais e denunciando a imposição da Lei 462, que tem motivado grandes protestos no país centro-americano, com os trabalhadores a afirmarem que é uma entrega da Segurança Social à banca e aos fundos privados de pensões, o movimento «Mujeres por la soberanía, la justicia social, los derechos humanos y la paz» agendou para este domingo uma marcha na capital do país.
Segundo refere o diário La Prensa, a mobilização também prentendia repudiar o memorando de entendimento assinado a 9 de Abril entre o governo panamenho e os EUA, que diversas organizações sociais e sindicais consideram um retrocesso em matéria de soberania.
A mobilização convocada pelo movimento de mulheres foi também convocada para outros pontos do país, nomeadamente as províncias de Herrera, Coclé, Chiriquí Panamá Oeste.
No sábado, vários sindicatos de todo o istmo afirmaram que a greve por tempo indeterminado iniciada há cerca de um mês se mantêm a nível nacional, tendo ainda feito um apelo à Igreja (católica) para que assuma o papel de mediadora, na busca de soluções.
Indígenas solicitam intervenção do Vaticano
Numa missiva datada de 19 de Maio e entregue a 23 ao Arcebispado do Panamá, para que a faça chegar ao Vaticano, as sete etnias indígenas do país solicitam à Santa Sé que interceda junto do presidente panamenho, José Raúl Mulino, de modo a pôr fim à repressão sobre os protestos contra reformas antipopulares que o governo pretende implementar.
Entre vários aspectos, a missiva, divulgada pela imprensa panamenha e pela TeleSur, sublinha a necessidade de que o executivo encare o diálogo como via para solucionar os problemas.
Comunidades indígenas, docentes, trabalhadores de vários sectores, estudantes lutam pela revogação da Lei 462, que, afirmam, trará grandes prejuízos aos trabalhadores e às camadas populares.
Também contestam a pretensão de retomar a exploração mineira a céu aberto e manifestam-se em defesa da soberania nacional, que consideram fragilizada pela autorização concedida à presença de tropas norte-americanas no país.
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