|1.º de Maio

CGTP: Queda do Governo expõe «promiscuidade entre poder político e poder económico»

Perante milhares de trabalhadores, na manifestação do 1.º de Maio da CGTP em Lisboa, Tiago Oliveira denunciou a opção de «sucessivos governos» em colocar «nas mãos dos patrões as ferramentas necessárias para o aumento da exploração».

Manifestação do 1.º de Maio da CGTP-IN, em Lisboa. 1 de Maio de 2025 
CréditosAntónio Pedro Santos / Agência Lusa

«Nós somos uma força imparável», afirmou hoje Tiago Oliveira, secretário-geral da CGTP-IN, perante muitos milhares de trabalhadores que se concentraram na Alameda D. Afonso Henriques, em Lisboa, depois da manifestação de 1.º de Maio. Há exactamente 139 anos, a luta dos Mártires de Chicago deu «origem à comemoração do dia do trabalhador, já nessa altura foi uma luta pelas 8 horas de trabalho». Venceram na altura e voltarão agora a vencer os próximos combates, reforçou.

A central sindical destacou os combates prioritários dos próximos anos: a luta pelas 35 horas de trabalho para todos os trabalhadores, pelo fim de bancos de horas e outras formas de desregulação das vidas de quem trabalha, o aumento dos salários em 15%, num mínimo de 150 euros e o fim da precariedade, «que a cada posto de trabalho permanente corresponda um vínculo de trabalho efectivo».

Essa combate, recordou Tiago Oliveira, está já a ser travado nas empresas e nas fábricas, referindo-se às greves e protestos realizadas no mês de Abril em empresas como a Águas do Vimeiro, a Airbus, a Carris, a PSG, a Prestibel, a VEOLIA (onde foram conquistados aumentos de 140 euros), a ESIP, a Hanon, a Teijin, a BA Glass, a Vidralia, Santos Barosa, Schmitt, TKE e de sectores como as grandes superfícies, sector social e das telecomunicações.

Para o mês de Maio estão já convocadas acções de luta na Cabelte, nas Lojas e Centros de Contacto da EDP, da Sumol+Compal (em Pombal e em Almeirim), na CP, na Coca Cola, na Nobre e nos Bares dos Comboios da CP, que arrancaram já hoje com o seu processo reivindicativo. Muitas outras «estão a ser construídas pelos trabalhadores», anunciou Tiago Oliveira.

É por isto «que eles atacam constantemente a organização dos trabalhadores». É por isso, reiterou o secretário-geral da CGTP-IN, que «os patrões colocam como prioridade atacar a lei sindical e criar cada vez mais entraves à organização dos sindicatos nos locais de trabalho». 

O voto de quem trabalha tem de garantir que na Assembleia da República estarão mais deputados comprometidos com os interesses dos trabalhadores

Antecipando as eleições legislativas de 18 de Maio, uma «luta» importante mas que não substitui o «indispensável» combate de classes nos locais de trabalho, Tiago Oliveira considerou existirem «deputados a mais ao serviço do capital». Esta profusão de deputados comprometidos com os interesses do patronato tem dado aval à opção de «sucessivos governos» em colocar «nas mãos dos patrões as ferramentas necessárias para o aumento da exploração».

Apoiado nas «opções políticas ao serviço do capital», o patronato «aproveita-se da situação geral para atacar direitos e aumentar a exploração, procurando levar mais longe o objectivo de manter e perpetuar os baixos salários e aumentar os seus lucros».

As eleições de 18 de Maio «são mais um passo, mais uma frente de luta que devemos e temos que assumir» contra os salários que «continuam magros», as dificuldades que «aumentam», os direitos que «são atacados», as reformas de «miséria e o futuro que nos é negado».

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