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Trabalhadoras da Metalorigor empurradas para o desemprego

Às 10h, em frente à sede da Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT) de Évora, as 20 trabalhadoras da Metalorigor denunciaram as tácticas empregadas pela empresa para as forçar ao despedimento.

A TE Connectivity emprega cerca de 2 mil trabalhadores em Évora, para além das empresas, como a Metalorigor, que apenas prestam serviços a esta empresa. 
Créditos / hangarcriativo

A Metalorigor, empresa fornecedora da multinacional TE Connectivity (produtora de conectores e sensores), sediada em Évora, mandou 20 trabalhadoras para casa por, alegadamente, não ter trabalho. Segundo a União dos Sindicatos do Distrito de Évora (USDE/CGTP-IN) e o presidente da Câmara Municipal de Évora, Carlos Pinto, o objectivo é deslocalizar parte da produção para o estrangeiro.

A TE Connectivity emprega mais de 2000 funcionários no concelho, o que faz dela a maior empregadora privada da região. Embora a multinacional esteja a negociar a rescisão de contrato com outros trabalhadores afectos a essa linha de produção (ligados directamente à TE Connectivity), as 20 funcionárias da Metalorigor foram abandonadas à sua sorte. Esta empresa fornecedora trabalhava em exclusivo para este cliente.

«As 20 trabalhadoras estão em casa e a empresa passou-lhes um documento a solicitar que fiquem em casa até ao final do mês para que possa tentar encontrar uma solução, mas, do nosso ponto de vista, não há uma solução à vista», referiu Tiago Aldeias, da USDE, em resposta à Agência Lusa. Ao AbrilAbril, o dirigente sindical confirmou que as trabalhadores, até ao dia 3 de Outubro, ainda não tinham recebido o salário do mês de Setembro.

A união dos sindicatos considera que o objectivo da Metalorigor, ao enviar as trabalhadoras para casa, é provocar a desistẽncia das funcionárias, levando-as a rescindir o contrato sem mais encargos para a empresa.

A TE Connectivity está a negociar as rescisões com alguns trabalhadores «pagando indemnizações e garantindo os direitos», mas a Metalorigor não o faz. O sindicato realizou, durante a manhã de hoje, uma reunião com a empresa, enquanto as trabalhadores se dirigiram à sede da Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT) de Évora, a fim de reivindicarem uma intervenção que garanta o cumprimento dos seus direitos.

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