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Prémios dados aos professores no privado são «mão com quase nada»

A confederação patronal do ensino privado anunciou um prémio a atribuir aos docentes, mas para a Fenprof é apenas revelador da «má consciência por parte de quem explora os docentes» que recusa melhorar salários e condições de trabalho.

A Fenprof denuncia a «forma abusiva» como as escolas são catalogadas
CréditosNuno Veiga / Agência Lusa

Os colégios privados anunciaram a oferta de um prémio aos seus docentes, que poderá corresponder a até 4% de seus salários. No entanto, no meio a essa notícia, uma onda de críticas cresceu rapidamente, com a Fenprof a acusar os colégios privados de dar «uma mão com quase nada e outra cheia de discriminação e desvalorização».

Para a estrutura sindical considera que «a atribuição de um prémio é reveladora da má consciência por parte de quem explora os docentes dos colégios privados e escolas profissionais, designadamente no que concerne à carreira, salários e condições de trabalho, desde logo horários». Segundo a mesma, o baixo valor dos salários dos docentes do ensino privado deveria ser resolvido com a aprovação de um contrato colectivo de trabalho que valorizasse a profissão e o seu exercício.

Tal seria possível, até porque a Confederação Nacional da Educação e Formação vangloria-se de um aumento da procura dos colégios privados, e como tal, haverá um aumento do lucro dos mesmos. É neste sentido que o tal prémio não faz sentido. Se este aumento está dependente da boa vontade, e há condições mais que concretas para o dar, então poderia ser materializado em aumentos salariais e não mediante «vontades».

A isto acresce ainda a questão da discriminação. Para muitos docentes, o prémio não irá além de mais uns dias de férias que nem sequer compensarão os de fim de semana e as horas não pagas, para além do horário, que muitos docentes fazem no âmbito da realização de festas e demais iniciativas, entre muitas outras exigências ao longo do ano.

Para já regista-se o silêncio do Governo e do Ministério da Educação, algo que não faz sentido uma vez que os colégios privados recebem dinheiros públicos, mas governam-no à sua maneira. Para a Fenprof «a exigência continua a ser a de uma revisão salarial justa e de acordo com a desvalorização real dos salários nos últimos anos, portanto, na ordem dos 10%, bem como na revisão do contrato coletivo de trabalho, aproximando as condições de trabalho, de carreira e salários do privado às do público».
 

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