|Orçamento de Estado

Verdes criticam orçamento cinzento

O Orçamento de Estado para 2022 (OE2022) apresentado pelo Governo está longe de constituir uma resposta aos problemas estruturais do País e, em vários aspectos, agrava-os.

O Conselho Nacional do Partido Ecologista reuniu-se para abordar a situação ecopolítica nacional e internacional e para debater a estratégia de acção ecologista para os próximos meses. Lisboa, 14 de Maio de 2022
Créditos / Facebook

A reunião do Conselho Nacional do Partido «Os Verdes» (PEV), que se realizou este sábado em Lisboa, analisou a situação ecopolítica nacional e internacional e perspectivou a acção e intervenção dos ecologistas junto das populações.

O PEV lamenta a obsessão do Governo pelo défice, à custa da degradação das condições de vida no país.

Do ponto de vista ambiental, assinala a falta, no OE2022, de «verbas para projectos de preservação dos ecossistemas, dos recursos hídricos, florestas, solos», bem como de «verbas para reforçar os recursos humanos e os meios» nessas áreas.

Os ambientalistas acusam o Governo de falta de compromisso com a Estratégia Nacional para a Conservação da Natureza e da Biodiversidade. «O investimento nesta dimensão ambiental, de preservação e valorização da diversidade biológica e de recuperação de ecossistemas», continua a constituir «um parente pobre da política ambiental, que não tem representado sequer 1% do orçamento global do Ministério do Ambiente e não tem ultrapassado os 3% dos projectos financiados pelo Fundo Ambiental».

Pior, «o orçamento global do Ministério do Ambiente e da Acção Climática diminui em relação à primeira proposta de Orçamento do Estado para 2022, apresentada em Outubro do ano passado, o que não augura nada de bom» para a valorização e a segurança ambiental.

Relativamente à guerra na Ucrânia, reafirmando-se como partido pacifista, o PEV reiterou que «a luta pela Paz deve ser o caminho escolhido, e não alimentar o mercado do armamento e o brutal aumento dos orçamentos militares», com a militarização do mundo.

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Câmara de Setúbal: moções de censura chumbadas e imigrantes reconhecem apoio

As moções do PSD e do PS não passaram na Assembleia Municipal. Na reunião, imigrantes de várias nacionalidades reconheceram o trabalho de acolhimento realizado pela autarquia e manifestaram indignação face às notícias dos últimos dias. 

Créditos / Setúbal Mais

A Assembleia Municipal de Setúbal chumbou esta terça-feira duas moções de censura ao executivo camarário apresentadas por PS e PSD à boleia das notícias plantadas pela Embaixada da Ucrânia, de que refugiados daquele país estariam a ser recebidos por cidadãos russos com alegadas ligações ao Kremlin.

Apesar de não terem carácter vinculativo, a moção do PSD pedia a demissão do presidente da Câmara de Setúbal, André Martins (CDU), enquanto a moção do PS visava a censura da gestão autárquica, não apenas na questão da recepção aos refugiados ucranianos, tendo sido ambas rejeitadas. O documento do PS contou com votos a favor, além do próprio, do BE, IL e Ch, a abstenção do PSD e do PAN e o voto contra da CDU. A moção do PSD foi votada favoravelmente também pelo Ch, tendo merecido a abstenção do PAN, IL e PS, e o voto contra da CDU e do BE. 

Numa altura em que a autarquia não sai da agenda mediática e está inclusive a ser alvo de investigação no âmbito do trabalho de acolhimento de refugiados, foram vários os que, provenientes de vários países do Leste da Europa, e também da Ucrânia, intervieram na sessão de ontem para partilhar as experiências que viveram desde que chegaram ao nosso país, mais concretamente a Setúbal, e relatar o apoio que encontraram, como é possível perceber pelos vídeos da Assembleia Municipal de Setúbal contidos neste artigo.

«Era necessário vender uma notícia má, que se vende melhor»

Valentina nasceu na Moldávia, mas vive em Setúbal há 22 anos. Tem dupla nacionalidade, é membro da Associação de Imigrantes dos Países de Leste Edinstvo (que significa «união», em russo), apresentada pela imprensa como sendo «pró-Putin», e foi uma das intervenientes na reunião de ontem. Desta associação, contou Valentina, fazem parte imigrantes moldavos, russos «contados pelos dedos», georgianos, bielorussos, «mas a maior parte dos associados são ucranianos».

Esta técnica administrativa do Hospital de São Bernardo sublinha a «ajuda» de Igor e Yulia Kashin (que trabalhou como técnica superior na Câmara de Setúbal), visados numa notícia do Expresso de 29 de Abril como «espiões russos», na realização de cursos de Português, entre outras iniciativas, para melhor integração dos imigrantes, e expressou indignação perante as notícias vindas a público.

«Estão a denegrir a imagem destas pessoas sem provas. Chamar [alguém] de espião é muito grave e, tendo em conta que este casal tem dois filhos que estudam na escola, alguém pensou no bullying que estes adolescentes estão a sofrer? Ou era necessário vender uma notícia má, que se vende melhor?», indagou Valentina. 

Ouvido na Comissão Parlamentar de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias, esta terça-feira, Pavlo Sadokha, presidente da Associação dos Ucranianos em Portugal, admitiu não ter qualquer dado concreto relativamente à Câmara de Setúbal. 

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O Conselho Nacional do PEV manifestou o seu apoio ao presidente da Câmara Municipal de Setúbal e dirigente nacional do PEV, André Martins, e valoriza o trabalho que tem sido feito pelo município, sob a gestão CDU, «na integração e acolhimento de migrantes e refugiados, assim como vários prémios de reconhecimento por políticas e boas práticas ambientais».

«Os Verdes» reforçam a acção e intervenção ecologista e pretendem continuar a ser «a voz das populações, nas suas causas ambientais e sociais». Nesse sentido, o PEV vai prosseguir a Campanha Nacional SOS Natureza, lançada pelo partido para assinalar as questões que afectam a Natureza e a biodiversidade. No mês de Maio o foco serão acções ligadas à poluição sonora e à poluição do rio Tejo, em Lisboa, sobre o Eucalipto de crescimento espontâneo, em Viseu, e sobre as infestantes nos rios, nomeadamente os jacintos de água, em Aveiro.

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