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Verdes criticam declarações de Pinto Luz

O Partido Ecologista Os Verdes critica o Governo, através do ministro das Infraestruturas, pelo reafirmar da vontade de privatizar a TAP e as «declarações de intenção» no âmbito do plano ferroviário. 

CréditosFernando Veludo / Agência Lusa

«A privatização da TAP é para continuar», disse Miguel Pinto Luz aos jornalistas, esta quarta-feira, à margem de um encontro no Entroncamento, no distrito de Santarém. A afirmação levou o Partido Ecologista Os Verdes (PEV) a registar que o Governo de Montenegro «não perde tempo» relativamente a uma questão que sempre mereceu a oposição dos ecologistas. «A privatização da TAP é extremamente danosa para o país, sendo esta uma empresa estratégica fundamental e um instrumento da nossa soberania», lê-se num comunicado do PEV, onde se reafirma que a manutenção desta empresa lucrativa nas mãos do Estado é «a única forma de garantir a afirmação do interesse público».

Quanto às declarações do ministro sobre o Plano Ferroviário Nacional (PFN), «que resulta da iniciativa e insistência por parte do Partido Ecologista Os Verdes», o partido considera que «não passam de meras declarações de intenção», já que, critica, o dito plano não vem acompanhado de «um verdadeiro plano de investimento e de um programa de execução». 

«Declara ainda o ministro das Infraestruturas que não está a descapitalizar a CP, referindo-se ao aumento substancial de passageiros e ao retorno financeiro que daí advém. Se assim é, não se compreende porque é que o governo bloqueou os acordos que foram realizados com os trabalhadores e a empresa, optando por não autorizar a sua implementação», lê-se na nota divulgada hoje.

Os Verdes, que este sábado reúnem em Lisboa o seu Conselho Nacional, criticam ainda Pinto Luz por omitir que o aumento substancial de passageiros «obriga necessariamente» a uma maior prestação de serviços, não esclarecendo se está a efectuar as compensações previstas à empresa pelo serviço público. Os ecologistas denunciam também que «não se viu, até agora, uma única medida no sentido de apressar a aquisição do novo material circulante», considerando que o «que foi a concursado é hoje francamente insuficiente para as nossas necessidades actuais, devido à afluência de passageiros e ao estado envelhecido do material».

«Sem grandes expectativas» relativamente ao Orçamento do Estado para 2026, no âmbito do cumprimento do direito à mobilidade, o PEV denuncia ainda que na infra-estrutura ferroviária existente e gerida pela Infraestruturas de Portugal (IP), tanto na linha do Norte como em várias linhas do País, «a redução de velocidade em vários troços, por necessidades de intervenções nas mesmas, é de tal ordem que são constantes os incumprimentos de horários, para não falar dos atrasos das obras concursadas, de que é exemplo a linha da Beira Alta».

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