|Festa do Avante!

«A situação é exigente e a curva é apertada», mas o PCP «aqui está»

A afirmação é de Paulo Raimundo, na Festa do Avante!, para quem o PCP é o «partido da resistência, do combate e da vitória sobre o fascismo, o partido de Abril e das suas revolucionárias transformações».

CréditosTiago Petinga / Agência Lusa

No comício de encerramento da Festa do Avante!, realizado este domingo, o secretário-geral do PCP reafirmou a determinação dos comunistas «em enfrentar os tempos difíceis», perante aqueles que fazem «da demagogia, da hipocrisia, do desespero e do medo as suas armas».

No plano internacional, entre outros aspectos, Paulo Raimundo alertou para a situação na Palestina, sublinhando não ser «possível fechar os olhos ao genocídio em curso, às mãos do regime sionista de Israel, com o vergonhoso apoio dos Estados Unidos da América e da União Europeia». Por outro lado, chamou a atenção para o «persistente movimento de solidariedade» com a Palestina que se expressa por «todo o mundo, incluindo em Israel», e que se expressou também na Festa do Avante!.

O secretário-geral do PCP exigiu o reconhecimento imediato, por parte do Governo português, do «Estado da Palestina com as fronteiras de 1967 e capital em Jerusalém Leste, e o direito de retorno dos refugiados palestinianos, tal como determinam as resoluções da ONU».

Perante uma plateia que enchia o recinto do comício da Quinta da Atalaia, o líder comunista acusou a União Europeia de se vergar perante as taxas alfandegárias, e decidir «gastar milhares de milhões de euros dos povos na compra de armamento aos EUA». É «o negócio da morte no seu esplendor», sublinhou.

No plano nacional, Paulo Raimundo falou de uma «política ao serviço dos grupos económicos e das multinacionais, que abdica da soberania nacional, fragiliza o aparelho produtivo e põe em causa o desenvolvimento do País». Uma política «ao serviço de uma minoria que se acha dona disto tudo e a quem nunca se pergunta a nacionalidade, a língua, a religião ou a cultura e para quem há sempre mais meios, recursos públicos e leis feitas à medida».

O secretário-geral do PCP denunciou também a política deste Governo, para quem tudo é negócio: «a TAP, os serviços mais rentáveis da CP, os portos, as auto-estradas, a infância, a velhice, a saúde, a habitação, o ensino, a ciência, a arte, a cultura e até o fogo».

Entretanto, a propósito do pacote laboral, que considerou ser «uma declaração de guerra aos trabalhadores», Paulo Raimundo acusou o Governo e o grande patronato de venderem «a cartilha liberal como se fosse a última bolacha do pacote». Trata-se de um pacote que, na realidade, só contém «mais exploração, ainda mais compressão dos salários, ainda mais precariedade, ainda mais horas e mais tempo de trabalho, ainda mais facilidade em despedir».

Por fim, o líder do PCP abordou ainda as eleições autárquicas, para falar dos «mais de 12 mil candidatos sem filiação partidária» que integram as listas da CDU, afirmando que o PCP «não dilui o seu ideal e projecto» e que convergir não é «criar ilusões ou falsas saídas». Convergir é «responder aos problemas de quem vive e trabalha no nosso País», afirmou ao mesmo tempo que desafiava as outras forças políticas a romper «com a política que compromete os direitos, as condições de vida e o futuro do País».

Tópico

Contribui para uma boa ideia

Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz.

O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.

Contribui aqui