|Saúde

32% das camas de internamento estão em hospitais privados

Privados crescem à boleia de cortes na Saúde

As unidades de saúde privadas cresceram na última década à sombra dos cortes no Serviço Nacional de Saúde. Em entrevista ao DN, o presidente da associação do sector revelou que os privados já têm 32% das camas de internamento.

CréditosMário Cruz / Agência LUSA

Óscar Gaspar, antigo dirigente do PS e secretário de Estado da Saúde, revelou que as unidades privadas de saúde têm 11 mil camas de internamento, o que corresponde a 32% do total. O actual presidente da Associação Portuguesa de Hospitalização Privada (APHP) defende ainda a manutenção das parcerias público-privado nos hospitais de Braga e Cascais, mas também de novas unidades do Serviço Nacional de Saúde (SNS) que venham a ser construídas, como o hospital de Lisboa Oriental.

O sector privado da Saúde aproveitou a última década de cortes nos serviços públicos, nomeadamente no SNS, para crescer. As transferências do Orçamento do Estado para o SNS em 2015 ficaram praticamente ao nível de 2005: de acordo com o relatório e contas do SNS, foram cerca de 7,8 mil milhões de euros – menos do que Portugal tem vindo a pagar anualmente em juros da dívida nos últimos anos.

O aproveitamento dos grupos privados da Saúde fica ainda mais claro quando Óscar Gaspar fala ao Diário de Notícias sobre os locais onde estão previstos investimentos de 500 milhões de euros nos próximos três anos. Para além das regiões autónomas, onde os hospitais privados já são mais numerosos que os públicos, a aposta passa por regiões onde existem carências na oferta pública, seja no interior ou na periferia dos grandes centros urbanos.

Em Almada, onde o Hospital Garcia de Orta sofre com os sucessivos adiamentos da construção de um hospital público no concelho vizinho do Seixal, abriram recentemente duas unidades de dois grupos privados distintos.

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