A especulação imobiliária faz-se sentir nas várias esferas da vida. Da habitação à cultura, do desporto ao recreio, várias são as dimensões afectadas pela bolha imobiliária e, a par das pessoas, o movimento associativo está também no centro do furacão.
A vida de Lisboa está intrinsecamente ligada ao dinamismo das associações, sendo essas que dinamizam a própria actividade e pulsar da cidade, amplificando a criatividade e organização popular e a manutenção da identidade bairrista de uma capital que está em permanente conflito entre o que foi, o que é, e o que alguns querem que seja.
É com isto em conta que o movimento Porta a Porta está a organizar uma Sessão Pública «Contra os Despejos do Movimento Associativo», dia 6 de Janeiro às 15h30, na Academia Recreio Artístico, a associação mais antiga de Lisboa e a segunda mais antiga do país e que também ela corre o risco de desaparecer.
O mote é lançado «ao Movimento Associativo, Colectivos, Cooperativas, e demais organizações e estruturas», mas são todos bem-vindos a participar. Para o movimento habitacional «Vários são os exemplos de despejos de colectividades históricas, associações de referência dos nossos bairros, de cooperativas que lutam por devolver a cidade às pessoas, de colectivos que promovem a vida na cidade, de demais organizações e estruturas que lutam pela cidade a que temos direito», sendo este um «fenómeno tem que ser travado».
Segundo o Porta a Porta, «só a organização colectiva, a mobilização geral, a exigência robusta de soluções imporão as soluções» e este é o caminho traçado até à manifestação marcada para o dia 27 de Janeiro.
Na Sessão Pública as reivindicações são no sentido de «que se parem os despejos já, que se garanta o prolongamento a longo prazo dos contratos existentes e os novos contratos, que se regulem as rendas a preços comportáveis e justos, que a Carta Municipal de Habitação consagre as sedes destas instituições como imóveis com a única finalidade de uso colectivo, os espaços associativos e afins actualmente existentes e as extintas por força da denúncia do contrato desde 2019 e até ao presente».
O objectivo da iniciativa é dar um contributo à luta colectiva e, neste sentido, o Porta a Porta «convida e apela a todos à participação na Sessão Pública Contra os Despejos do Movimento Associativo».
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